quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Aumento do nível do mar pode ser o dobro do previsto, diz estudo

Uma nova pesquisa internacional alerta que o nível dos oceanos pode subir duas vezes mais do que o previsto pelos cientistas do Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC).


O IPCC indica que haverá, no máximo, um aumento no nível do mar de 81 centímetros neste século.


Mas a pesquisa do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha junto com centros de pesquisas em Tübingen – na Alemanha –, Cambridge e Nova York, publicada na revista Nature Geoscience, afirma que o número verdadeiro pode chegar a mais do que o dobro do proposto pelo IPCC, ou 163 centímetros.
Os cientistas analisaram o que aconteceu na Terra há mais de 100 mil anos, a última vez que o planeta esteve tão quente como atualmente.
A taxa de aumento do nível dos mares é uma das incertezas nas projeções de cientistas para o futuro do planeta com o aquecimento global.
Este novo resultado seria a primeira documentação mais sólida a respeito das taxas nas quais o nível do mar subiu tanto naquela época.
"Vários pesquisadores já apresentaram teorias mostrando que as taxas de aumento do nível do mar projetadas por modelos em avaliações recentes do IPCC são baixas demais", disse Eelco Rohling, do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, em Southampton.
"Isto acontece porque a estimativa do IPCC tem como preocupação principal a expansão térmica e o derretimento do gelo de superfície, sem determinar o impacto dos processos dinâmicos das camadas de gelo."

Derretimento
No último estudo, os pesquisadores conseguiram fazer as estimativas ao analisarem o período interglacial – entre 124 e 119 mil anos atrás – quando o clima da Terra era mais quente do que atualmente, devido a uma configuração diferente da órbita do planeta em volta do Sol.
Os pesquisadores descobriram que a média de aumento do nível do mar foi de 1,6 metro a cada século deste período.
Este também foi o período mais recente no qual os níveis dos mares e oceanos ficaram cerca de seis metros acima dos níveis atuais, devido ao derretimento das camadas de gelo da Groenlândia e Antártida.
Neste período a Groenlândia tinha temperaturas entre 3ºC e 5ºC mais quentes do que atualmente, o que é parecido ao período de aquecimento nos próximos 50 a cem anos, segundo Rohling.
"A média da taxa de aumento (do nível do mar) de 1,6 metro por século que descobrimos é cerca de duas vezes maior do que a estimativa máxima do relatório do IPCC, então oferece a primeira avaliação potencial da dinâmica das camadas de gelo, que não foi incluída entre os valores (avaliados) pelo IPCC", explicou Rohling. (Fonte: BBCBrasil)

Mais:

Acordo de Bali - ONGs comemoram inclusão de desmatamento.

Mudança Climática - Oceano Ártico poderá ter verão sem gelo em 2013, diz estudo.

Clima - Desmatamento na Amazônia caiu 20%, diz governo.

Reunião de Bali - Entenda a reunião da ONU na Indonésia sobre o clima.

Relatório da ONU - 'Derretimento de geleiras afetará 40% da população'.

Aquecimento global - Gelo no Ártico pode sumir em 35 anos, dizem cientistas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Estudo aponta alargamento de zona tropical

Mudanças climáticas estão fazendo com que os trópicos se ampliem, com possíveis conseqüências para o estoque mundial de alimentos, sugeriram pesquisadores americanos.


Os cientistas examinaram cinco pontos diferentes da largura da zona tropical e descobriram que ela aumentou entre 2 e 4,8 graus de latitude desde 1979.
Outros pesquisadores, por sua vez, disseram que as mudanças climáticas podem levar ao aumento do número de tempestades nos Estados Unidos.
As descobertas surgem em um momento em que começou, em Bali, a conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, que se concentrará em novas metas na redução das emissões de gases do efeito estufa.
A capacidade dos países mais pobres - vários deles nos trópicos - de responder e se adaptar ao impacto de mudanças climáticas será um outro grande tema das conversações.
Zona mais ampla
As cientistas americanos, da National Oceanic and Atmospheric Administration de Maryland, do National Centre for Atmospheric Research de Colorado e de universidades dos Estados de Washington e Utah, que fizeram a nova análise da expansão dos trópicos, usaram cinco tipos de dados recolhidos por satélite.
Os geógrafos definem a localização dos trópicos de maneira rigorosa, como a região entre o Trópico de Câncer, a 23,5 graus de latitude ao norte da Linha do Equador, e Trópico de Capricórnio, a 23,5 graus de latitude ao sul, mas para cientistas que analisam a atmosfera é uma zona de fronteiras mais variáveis marcada por características como precipitação, temperatura, direção dos ventos e camada de ozônio.
De acordo com estes dados, os trópicos sofreram uma expansão desde o início da observação por satélite, em 1979.
Em artigo na revista Nature Geoscience, os pesquisadores disseram que a mudança das fronteiras da zona tropical, que encostam nas zonas subtropicais secas, pode levar a mudanças fundamentais no ecossistema e nas concentrações humanas.
"Mudanças nos padrões de precipitação terão implicações óbvias para os recursos agrícolas e hídricos, e podem trazer escassez acentuada para nas áreas marginais."
O Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) advertiu em sua série de relatórios neste ano que há sério impacto no fornecimento de água e alimentos à frente: de 75 milhões a 250 milhões de pessoas na África podem sofrer falta de água até 2020, as colheitas podem aumentar em até 20% no leste e sul da região do Sudeste Asiático, mas diminuir em até 30% na Ásia Central e Sul.
A agricultura que depende das chuvas pode ser reduzida em 50% em alguns países africanos até 2020.
Os cientistas responsáveis pelo novo estudo destacam que a zona tropical parece estar se expandindo muito mais rápido do que o previsto por modelos de computador.
Tempestades
Se nos países em desenvolvimento a preocupação com as mudanças climáticas se concentra no impacto sobre a agricultura, em países ricos como os Estados Unidos a maior preocupação para países pode ser o dano causado por condições climáticas extremas.
O IPCC prevê furacões mais fortes no futuro, mas possivelmente em menor número. Uma outra equipe americana sugere agora que haverá um aumento nas tempestades sobre o país.
Em Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os pesquisadores descrevem um estudo por modelos de computador que prevê que a freqüência da ocorrência de condições climáticas para a formação de tempestades fortes pode dobrar.
Extremos de clima estão custando à economia americana mais de US$ 2 bilhões por ano, dizem os pesquisadores.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Oceano Ártico poderá ter verão sem gelo em 2013, diz estudo

Um estudo realizado nos Estados Unidos e na Polônia aponta que o Oceano Ártico poderá passar o verão totalmente sem gelo dentro de apenas cinco ou seis anos.

Em uma apresentação no encontro da União Americana de Geofísica, em San Francisco, a equipe de cientistas da Nasa e da Academia Polonesa de Ciências disse que projeções anteriores subestimaram o processo que está causando o derretimento do gelo no Ártico.
A equipe de pesquisadores se concentrou em medidas da camada de gelo observadas entre 1979 e 2004, mas a extensão mínima de gelo foi registrada no verão deste ano.
"Com isso, podemos até dizer que nossa projeção para 2013 já é tímida", disse Wieslaw Maslowski, chefe do grupo de cientistas.
Segundo o estudioso, a diferença entre outros estudos e o seu está na resolução dos modelos criados para simular as situações no futuro.
"Nós usamos um modelo de alta resolução, com dados atmosféricos realísticos", disse Maslowski. "Com isso, conseguimos uma imagem muito mais realista, com a influência de forças acima da atmosfera e abaixo do oceano."

Avanço:
O grupo do professor Maslowski, que inclui cientistas da Nasa e do Instituto de Oceanologia e da Academia Polonesa de Ciências, é conhecido por produzir dados e modelos mais avançados em relação a outros grupos de estudo.
Os outros grupos de pesquisadores produziram informações para um verão com o Oceano Ártico aberto em um período que varia entre 2040 e 2100.
Para Maslowski, estes modelos subestimaram alguns processos importantes envolvidos no derretimento das geleiras.
O pesquisador afirma que os modelos precisam incorporar representações mais realistas da forma como a água quente está se movendo pela bacia ártica, vinda dos oceanos Atlântico e Pacífico.
"O que alego é que os modelos climáticos globais subestimam a quantidade de calor transportada para o oceano de gelo", afirmou.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, usa a média de uma série de modelos para calcular a perda de gelo na região.
Mas, nos últimos anos, aparentemente a taxa real de derretimento das geleiras no verão está ficando à frente dos modelos.
Em setembro deste ano, a camada de gelo sofreu uma retração recorde e ficou com 4,13 milhões de quilômetros quadrados.
A marca anterior havia sido registrada em 2005, quando a extensão de gelo foi de 5,32 milhões de quilômetros quadrados.

Mar aberto:
O Centro Nacional de Informações sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC) coleta informações a respeito da extensão do gelo no Oceano Ártico e faz boletins regulares sobre o assunto.
O cientista do centro, Mark Serreze, foi um dos palestrantes do encontro da União Americana de Geofísica, em San Francisco, e discutiu a possibilidade de um mar aberto, sem geleiras, no Oceano Ártico, durante os meses do verão.
"Há alguns anos, eu pensava (nesta possibilidade) para 2050, 2070, até além do ano 2100, pois isto era o que nossos modelos nos mostravam", afirma Serreze.
"Mas, como vimos, os modelos não são rápidos o bastante no presente", acrescentou. "Estamos perdendo gelo a uma velocidade maior."
"Minha opinião é que 2030 não é um ano cedo demais. Mas Maslowski é da opinião de que poderá acontecer em 2013. Veremos como será o resultado", concluiu o cientista. (Fonte: BBCBrasil)
Mais:
Clima - Bali anda 'a passo de lesma', dizem ambientalistas.
Pesquisa - Biocombustíveis não inspiram confiança contra aquecimento.
Clima - Cientistas fazem apelo por ação contra aquecimento.
Clima - Zona tropical está aumentando, alertam cientistas.
Meio ambiente - Painel da ONU alerta para mudança 'irreversível' do clima.
Resumo do IPCC - Veja as mudanças previstas em relatório do grupo da ONU.
Meio ambiente - Oceanos estão absorvendo menos CO2, diz estudo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Antártida

Cientistas lançam o mais detalhado mapa já feito da Antártica:

Pesquisadores reuniram mais de mil imagens de satélite da região.


Cientistas britânicos e americanos reuniram mais de mil imagens de satélite da Antártica para criar o que afirmam ser o mais detalhado mapa do Continente Branco já elaborado.
Segundo os idealizadores do projeto, as imagens, em sua maioria feitas pelo satélite americano Landsat 7, formam um panorama em alta definição do continente, 10 vezes mais detalhado do que qualquer outro.
O projeto, chamado de Landsat Image Mosaic of Antarctica (Lima, na sigla em inglês), reúne cientistas da Nasa (a agência espacial americana), da US Geological Survey (USGS), da US National Science Foundation (NSF) e da British Antarctic Survey (BAS).



A equipe de cientistas teve de pesquisar milhares de imagens de satélite para encontrar fotos sem nuvens da Antártica e montar as imagens perfeitas.


Pesquisas:
Os cientistas afirmam que esse novo panorama detalhado vai revolucionar as pesquisas sobre o continente.
Segundo os pesquisadores, esse mapa vai fornecer um apoio inestimável em termos de logística, permitindo que equipes investiguem certas regiões antes de ir a campo. Cientistas afirmam que novo mapa deverá revolucionar pesquisas. A alta resolução das imagens também vai permitir que os pesquisadores consigam analisar mudanças em regiões de difícil acesso.
"Há imensas áreas que as pessoas simplesmente nunca tinham visto antes nesse nível de detalhe", disse à BBC o pesquisador Andrew Flemming, do BAS.
O programa é lançado no meio do Ano Polar Internacional (IPY, na sigla em inglês), que é um esforço conjunto da comunidade científica mundial para tentar responder às grandes questões relacionadas às regiões polares.
"A maioria das pessoas nunca esteve na Antártica. O clima é uma maneira de levar a Antártida até elas", disse o pesquisador Robert Bindschadler, do Centro Espacial Goddard, da Nasa. (Fonte: BBCBrasil)

NOTÍCIAS RELACIONADAS:

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Redução de Carbono

É essencial reduzir emissões de carbono até 2015, diz presidente do IPCC:

Segundo Rajendra Pachauri, temperaturas podem subir mais que o previsto. Especialista falou na Conferência Internacional sobre a Educação Ambiental, na Índia.

O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, Rajendra Pachauri, advertiu nesta segunda-feira (26/11/2007) que é "absolutamente essencial" reduzir as emissões de dióxido de carbono até 2015, ou as temperaturas poderiam subir muito além do previsto.
O responsável do IPCC, instituição que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em outubro, ressaltou que os diferentes países devem se adaptar à mudança climática e tomar "medidas vigorosas" para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa.
Pachauri discursou na quarta Conferência Internacional sobre a Educação Ambiental realizada em Ahmedabad, no oeste da Índia, e lembrou que a mudança climática "levou a um aumento no nível do mar", que no século XX subiu 17 centímetros, número considerado "grande".
Segundo o presidente do IPCC, este aumento do nível do mar afetará as características do planeta e significará o fim de "muitas comunidades", especialmente em países como as Ilhas Maurício e Bangladesh, já ameaçados pela alta das águas.
O especialista alertou que o rápido degelo das geleiras no Himalaia tem implicações consideráveis no abastecimento de água no norte do subcontinente indiano.
"Como a maioria dos rios nasce nessas geleiras, há muitas probabilidades de que haja uma redução no fornecimento de água", assegurou Pachauri.
"Não podemos seguir por um caminho que ignora totalmente o impacto e as conseqüências de nossas ações no ecossistema da Terra", ressaltou. (Fonte G1)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Amazônia


Secretário da ONU alerta para a savanização da Amazônia

Floresta foi citada no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas como vítima do aquecimento global

Ao participar da divulgação do relatório-síntese na última avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sobre as mudanças do clima no planeta, sábado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, enfatizou as tendências de alterações permanentes na Amazônia ainda neste século. - Se as mais severas projeções do painel se tornarem reais, muito da Amazônia será transformado em savana (cerrado, no Brasil) - alertou Ki-Moon, no encontro realizado em Valência, na Espanha.O documento é voltado a formuladores de política de todo mundo e condensa, em 23 páginas, um trabalho científico que toma mais de 2 mil páginas. A Amazônia foi citada como exemplo do que o planeta deve evitar. - Eu vi como a floresta úmida está sufocada. O governo brasileiro teme que o aquecimento global esteja inviabilizando seus esforços - disse Ki-Moon.As citações surpreenderam, uma vez que o texto não inclui referência ao trabalho de governos específicos. A floresta foi citada em um quadro com exemplos regionais de impactos do aquecimento global. Ali, está escrito que, em meados do século, "o aumento da temperatura, associado à redução da água no solo, pode levar à substituição gradual da floresta tropical pela savana na Amazônia Oriental".Na segunda-feira, Ki-Moon esteve no Pará para conhecer a floresta, onde encerrou um giro pela América do Sul. Na ocasião, foi criticado por ter se limitado a encontros protocolares, sem, efetivamente, observar a depredação do bioma. Segundo a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, a administração federal brasileira teme que a floresta não tenha tempo de se adaptar às mudanças do clima.

Fonte: Zero Hora

Desumanidade!!!

É revoltante saber que há culturas desumanas com os animais. Resolvi colocar aqui este vídeo para protestar contra essa irracionalidade humana!!!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Mais verdades inconvenientes

Especialistas do IPCC, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2007 junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore, vão se encontrar em Valência (Espanha) a partir da próxima segunda-feira (12/11/2007), para aprovar seu quarto relatório sobre as mudanças climáticas, que servirá para orientar a luta contra o fenômeno.

Desde janeiro, o grupo de especialistas do Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC) publicou os três grandes capítulos deste relatório - avaliação científica do fenômeno, conseqüências e soluções possíveis - que confirmaram a amplitude e as graves conseqüências do aquecimento global.
Segundo as conclusões deste informe, haverá um aumento da temperatura mundial de 1,1 a 6,4°C em relação ao período 1980-1999 antes de 2100, com um valor médio compreendido entre 1,8 y 4°C. A atividade humana produtora do gás de efeito estufa é claramente responsável pelos aumentos de temperatura já constatados, concluiu o IPCC.
Este painel da ONU, que estuda e reúne as pesquias realizadas por milhares de cientistas de todo os países, deve agora aprovar a síntese desses três capítulos e publicar um resumo dirigido às autoridades encarregadas de tomar decisões.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estará presente na entrevista coletiva à imprensa para apresentar o documento no dia 17 de novembro de 2007.
Em seus últimos três estudos, o IPCC apresentou conclusões sobre o aumento das temperaturas, a alta dos oceanos, a multiplicação das ondas de calor e derretimento da camada de gelo.

AVALIAÇÃO CIENTÍFICA:
- A mudança do clima é inequívoca e as emissões de gases de efeito estufa, provocadas pelas atividades humanas (principalmente gás, carvão, petróleo) são responsáveis (90% de certeza) pelo aumento das temperaturas nos últimos cem anos (+0,74°C).
- A temperatura mundial deve aumentar entre 1,1 e 6,4°C em relação a 1980-1999 até 2100, com um valor médio mais seguramente compreendido entre 1,8 e 4°C. O aquecimento será mais importante nos continentes e nas latitudes mais elevadas.
- O aumento da temperatura foi duas vezes mais importante no Polo Norte do que na média mundial nos últimos 100 anos, provocando o derretimento acelerado da camada de gelo.
- O nível dos oceanos poderá, segundo as previsões, subir de 0,18 m a 0,59 m no final do século em relação ao período 1980-1999.
- Os calores extremos, ondas de calor e fortes chuvas continuarão sendo mais freqüentes e os ciclones tropicais, tufões e furacões, mais intensos.
- As chuvas serão mais intensas nas latitudes mais elevadas, mas diminuirão na maioria das regiões emersas subtropicais.

PRINCIPAIS IMPACTOS:
- Inúmeros sistemas naturais já estão afetados e os mais ameaçados são a tunda, as florestais setentrionais, as montanhas, os ecossistemas mediterrâneos e as regiões costeiras.
- Até 2050, a disponibilidade de água deve aumentar nas latitudes elevadas e em certas regiões tropicais úmidas, mas a seca deve se intensificar nas regiões já afetadas.
- 20 a 30% das espécies vegetais e animais estarão ameaçadas de extinção se a temperatura mundial aumentar de 1,5 a 2,5°C em relação a 1990.
- A produção agrícola deve aumentar levemente nas regiões de médias e altas latitudes (frias) se o aumento da temperatura se limitar a menos de 3°C, mas poderá diminuir se ultrapassar esse limite. Nas regiões secas e tropicais diminuirão tão logo ocorra um aumento local das temperaturas de 1 a 2°C.
- Milhões de pessoas se verão afetadas pela má nutrição, as enfermidades ligadas às ondas de calor, as inundações, as secas, as tempestades e os incêndios. (Fonte: Yahoo Notícias)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Desmatamento deixa Brasil entre os maiores poluidores

O Brasil continua entre os maiores emissores de dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, porque mantém taxas elevadas de desmatamento da Amazônia. Segundo uma projeção feita pelo especialista José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, à qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, o País emitiu 1,141 bilhão de toneladas em 2006, das quais cerca de 855 milhões (75%) viriam de mudanças no solo - corte e queimada da floresta. O valor mantém o País em 5º lugar (sem contar a contribuição da União Européia).
A secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, contesta a informação e diz que o número está superestimado. Em uma projeção feita para o Estado, ela afirma que as emissões em 2006 provenientes do desmatamento da Amazônia girariam em torno de 684 milhões de toneladas de CO2.
Os cálculos feitos pelos dois cientistas não são oficiais e usam como base o primeiro e único inventário brasileiro de emissões de gases do efeito estufa. Ele foi lançado em 2004, mas apresenta um corte do passado, uma vez que usa dados registrados entre 1990 e 1994. "Esse não é um cálculo com valor científico. Porém, mostra que o problema continua o mesmo", afirma Goldemberg. "Se o desmatamento fosse zerado, o Brasil ficaria na 18ª posição."
Poucas nações estão na lista dos maiores emissores globais por causa da perda de florestas. O outro caso notável é a Indonésia, que tem derrubado a mata nativa para plantar dendê e alimentar o mercado europeu de biocombustíveis. O maior problema dos outros países, especialmente no Hemisfério Norte, é a geração de energia com queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
Segundo informações divulgadas ontem pelo Secretariado de Mudança no Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bonn, a emissão total dos 40 países mais industrializados do mundo atingiu 18,2 bilhões de toneladas em 2005, apenas meio bilhão abaixo do nível registrado em 1990. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Canos no oceano...

Cientistas propõem milhões de canos no oceano contra aquecimento:

Gráfico: 1. Bóia mantem cano em posição; 2.
Cano; 3. Válvula mantém fluxo ascendente;
4. Água fria
Dois dos principais ecologistas da Grã-Bretanha acreditam que é hora de desenvolver uma solução técnica rápida para mudanças climáticas.
Em artigo na revista Nature, o diretor do Museu de Ciência em Londres, Chris Rapley, e James Lovelock, criador da teoria de Gaia (que vê a Terra como um organismo vivo capaz de se auto-regular), sugerem que se procure aumentar a absorção de CO2 pelos oceanos.
Com o uso de tubos verticais gigantescos, a água da superfície e das profundezas do mar seriam misturadas para fertilizar algas, que absorveriam CO2 da atmosfera.
As águas frias do fundo do mar são ricas em nutrientes. Para promover a mistura da água, os canos flutuariam livremente, criando um fluxo de água de 100 a 200 metros de profundidade para a superfície.
Testes
A Atmocean acredita que uma das formas de vida que podem se beneficiar do uso dos canos é o salp, um microorganismo que excreta carbono em fezes que se depositam no fundo do mar, talvez armazenando carbono lá por milênios.
A idéia já está sendo testada pela companhia americana Atmocean. Seu diretor, Phil Kithil, calcula que a instalação de 134 milhões de canos pode, potencialmente, retirar cerca de um terço do dióxido de carbono produzido por atividades humanas a cada ano. Mas ele admite que as pesquisas ainda estão apenas começando.
"O problema que nos preocupa mais é a acidificação. Nós estamos trazendo para a superfície níveis mais altos de CO2 junto com os nutrientes", diz Kithil.
A empresa afirma que uma outra vantagem de diminuir a temperatura das águas na superfície em regiões como o Golfo do México poderia ser uma redução do número de furacões, que precisam de águas mais aquecidas para se formar.
Nuvens
Lovelock e Rapley sugerem ainda que os canos no oceano podem estimular também o crescimento de microorganismos que produzem sulfureto de dimetilo, uma substância que contribui para a formação de nuvens sobre o oceano, refletindo a luz do sol para fora da superfície da terra e ajudando na refrigeração do planeta.
Rapley e Lovelock dizem que duvidam que os planos existentes para reduzir as emissões de carbono sejam suficientemente rápidos para combater as mudanças climáticas.
"Nós não vamos salvar o planeta por abordagens usuais como o Protocolo de Kyoto ou energia renovável", disse Lovelock à BBC. (Fonte: BBCBrasil.com)

Estilo de vida

Pessoas mudariam estilo de vida para frear mudança climática, diz pesquisa:

A maioria das pessoas estaria disposta a fazer sacrifícios pessoais para solucionar os problemas gerados pela mudança climática, segundo uma pesquisa realizada pela rede britânica "BBC" com cidadãos de 21 países.
Quatro em cada cinco indivíduos ouvidos pela pesquisa feita pela empresa GlobeScan com 22 mil pessoas afirmaram estar dispostos a alterar o seu estilo de vida caso isso ajude a diminuir o aquecimento global.
Essa atitude foi percebida inclusive entre os moradores de Estados Unidos e China, os dois maiores emissores de dióxido de carbono do mundo.
Os consultados mostraram apoio à introdução de taxas sobre o consumo de energia causadora da mudança climática, se o dinheiro for utilizado para promover novas fontes energéticas ou impulsionar sua eficiência.
Segundo o especialista em meio ambiente da "BBC", Matt McGrath, na maioria dos países sondados as pessoas estão mais dispostas que os seus Governos a considerar a introdução de mudanças em seus estilos de vida para combater o aquecimento do planeta.
Para 83% dos entrevistados, é necessário alterar os hábitos de vida para reduzir a quantidade de gases poluentes produzidos, e a maioria acredita que para reduzir o problema será preciso algum sacrifício pessoal.
Quanto à proposta de aumentar os preços dos combustíveis fósseis, apenas 50% dos participantes se mostraram a favor, contra 44% que se opõem.
Os dados foram recolhidos entre 29 de maio e 26 de julho de 2007 no Brasil, Reino Unido, Austrália, Canadá, Chile, China, Egito, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Quênia, México, Nigéria, Filipinas, Rússia, Coréia do Sul, Espanha, Turquia e EUA. (Fonte: Yahoo Notícias)

Crianças em risco

Crianças são mais afetadas pelo aquecimento global, diz pesquisa:


As crianças são especialmente vulneráveis aos efeitos adversos do aquecimento global sobre a saúde, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira (29/10/2007).
"As conseqüências diretas antecipadas da mudança climática sobre a saúde incluem danos e morte, produtos do clima extremo e dos desastres naturais, aumento das doenças infecciosas e das doenças vinculadas à poluição do ar e ao calor, potencialmente fatais", afirma o estudo, apresentado no congresso anual da Academia de Pediatria dos Estados Unidos.
"Em todas essas categorias, as crianças são as mais vulneráveis em relação a outros grupos", indicou.
Entre os perigos de saúde associados à mudança climática que afetariam as crianças está o aumento de doenças como a malária, asma e problemas respiratórios.
Os autores do estudo pediram aos pediatras, especialmente nos Estados Unidos, país em que ocorre a maior quantidade de emissões de gases de efeito estufa per capita, que promovam práticas que não danifiquem o ambiente.
O informe também advertiu sobre a escassez de comida devido ao aquecimento global e uma menor disponibilidade de água em regiões como a costa oeste dos Estados Unidos.


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Especial
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Impacto sobre a saúde

Mudança climática terá grave impacto sobre a saúde, diz estudo:


A mudança climática terá grave impacto sobre a saúde, com a ocorrência de um crescente número de vítimas por ataques cardíacos e a multiplicação de casos de asma, envenenamento por alimentos, enfermidades infecciosas, obesidade, diabetes e distúrbios mentais.
A constatação é de um estudo realizado por 13 pesquisadores, que recebeu o título "Saúde do Planeta, dos Lugares e das Pessoas". De acordo com a pesquisa, os estudiosos estão conseguindo somente agora reconhecer as repercussões do aquecimento global sobre a saúde.
O estudo calcula que o aumento na freqüência das ondas de calor acarretará uma duplicação ou até mesmo em uma triplicação até 2050 dos casos de infarto e doenças respiratórias.
Aumentará também a quantidade de pessoas afetadas pela asma, as infecções transmitidas por mosquitos, os casos de envenenamento por alimentos e as infecções virais, como a gripe aviária e a Sars (síndrome respiratória aguda grave).
Impacto
"A rápida expansão do impacto humano sobre o ambiente natural está projetando uma grande sombra sobre a saúde das gerações futuras", escreveu o autor do estudo, o professor Tony McMichael, da Universidade Nacional de Canberra.
As investigações sobre a saúde e a medicina estão se desenvolvendo junto à mudança climática, pois, já não se podem fundamentar na mesma premissa de que o mundo natural é essencialmente constante, acrescentou o estudioso.
"Hoje as ações humanas estão obstaculizando o trabalho da natureza. Necessitamos compreender melhor como as mudanças induzidas pelo homem, sobre o clima e o ambiente global, têm efeito em nossa vida e na das próximas gerações", concluiu.


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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Extinção...

Temperatura pode causar extinção em massa de espécies, diz estudo:

Cientistas britânicos da Universidade de York concluíram que as altas temperaturas previstas para os próximos séculos vão provocar uma extinção em massa da biodiversidade, que poderia incluir o ser humano.
As temperaturas previstas seriam comparáveis a uma etapa de grande existência de gases do efeito estufa, ocorrida há 251 milhões de anos, quando 95% das plantas e animais desapareceram da face da Terra.
Os especialistas examinaram o vínculo entre as temperaturas e a biodiversidade em um período de 520 milhões de anos, seguindo todos os registros fósseis acessíveis.
Segundo o estudo, a biodiversidade no planeta é muito alta durante períodos de temperaturas médias, e baixa durante tempos de clima quente. E foram justamente os períodos de muito calor que provocaram as piores extinções terrestres.
"Nossos resultados vêm da primeira evidência clara de que o clima global pode explicar variações substanciais nos registros fósseis, de uma forma simples e consistente", disse o cientista Peter Mayhew, coordenador da pesquisa.
Previsões
"Se nossos resultados seguirem a linha de projeção de altas temperaturas, a magnitude [da mudança climática prevista] será, por conseqüência, comparável com as flutuações de longo prazo no clima terrestre, algo que sugere o aumento da extinção de espécies", prosseguiu.
O estudo, publicado na revista britânica especializada "Proceedings of the Royal Society B", comparou informações coletadas sobre a biodiversidade marinha e terrestre com temperaturas de mares e continentes durante os mesmos períodos.
Os cientistas descobriram que quatro dos cinco períodos com maior extinção de espécies na Terra estiveram associados a grandes massas de gases do efeito estufa, em condições climáticas mais quentes e chuvosas, em lugar de climas mais frios ou temperados.
"Poderíamos esperar, no pior dos casos, que nos próximos séculos permaneçam na Terra poucas gerações de humanos. Temos que descobrir agora porque as altas temperaturas e as extinções estão vinculadas dessa forma", concluiu Mayhew.




Nota do editor:

Já é hora de escolas e educadores priorizarem uma educação ambiental consistente e deixar de lado os currículos ultrapassados e descontextualizados do século XX. (Jorge Schemes)

Impacto do clima na biodiversidade

Cientistas alertam para impacto da mudança climática na biodiversidade:
Períodos da história com as maiores extinções estavam ligados a mudanças climáticas. Terra deve alcançar nível crítico nos próximos 100 ou 200 anos.
O aumento das temperaturas do planeta previsto pelos cientistas para os próximos dois séculos representará uma ameaça para várias espécies, segundo um estudo britânico publicado na revista "Proceedings of the Royal Society".
As temperaturas previstas correspondem aproximadamente a outras fases características do efeito estufa, nas quais 95% das plantas e animais que povoavam o planeta foram extintos, alertam os autores do relatório.
Os pesquisadores estudaram a relação entre clima e diversidade da flora e da fauna ao longo de 520 milhões de anos.
Eles chegaram à conclusão de que os cinco períodos da história do planeta nos quais foram registrados os maiores níveis de extinção de espécies estavam ligados a mudanças climáticas.
O aumento das temperaturas associado a quatro das extinções em massa conhecidas através do estudo dos fósseis corresponde aos níveis que os analistas prevêem que a Terra deve alcançar nos próximos 100 ou 200 anos.
Os cientistas descobriram que a biodiversidade global é alta durante os períodos de esfriamento do clima do planeta e muito baixa nas chamadas fases de efeito estufa - temperaturas altas e com maior umidade.
A maior extinção de espécies foi registrada há 251 milhões de anos, quando aproximadamente 95% de todas as espécies desapareceram.
"Os resultados obtidos são as primeiras provas claras de que o clima global pode explicar de modo simples e consistente a existência de grandes variações na história dos fósseis", afirma o cientista britânico Peter Mayhew.
"Se estes resultados forem aplicados à atual fase de aquecimento, cuja magnitude é comparável às variações no clima do planeta, isso significa que a extinção (de espécies) aumentará", acrescenta.
Os cálculos sobre o efeito que o aquecimento global pode ter na flora e na fauna indicam que entre 20% e 30% das espécies desaparecerão se as temperaturas subirem entre 1,5 e 2,5 graus Celsius.
Esta elevação da temperatura pode ocorrer até meados do século, e o ritmo de extinção das espécies aumentará com o aquecimento do planeta.

Até o final do século, os cientistas prevêem que a temperatura média subirá em até 6,4 graus Celsius, a não ser que os países diminuam as emissões de dióxido de carbono, consideradas responsáveis pela mudança climática.


Histórico:
Os pesquisadores que analisaram os fósseis do planeta descobriram que variações de temperatura semelhantes foram observadas em todas as extinções pré-históricas em massa.
Das cinco registradas, a mais recente é a do Cretáceo-Terciário, ocorrida há 65 milhões de anos, quando as temperaturas do planeta eram 4 graus Celsius maiores que as atuais.
Acredita-se que um clima tipo estufa, provavelmente aliado ao impacto de um meteoro, teria contribuído para a extinção dos dinossauros.
A maior extinção aconteceu no final do período Pérmico, há 251 milhões de anos, quando aproximadamente 95% das espécies marítimas e 70% das terrestres desapareceram do planeta.
Naquela época, acredita-se que as temperaturas fossem cerca de 6 graus mais elevadas que as atuais.
Quatro das cinco extinções em massa foram causadas por climas tipo estufa, enquanto só a primeira teve relação com temperaturas mais baixas: naquela época foram formadas várias geleiras, e o nível do mar diminuiu.
Segundo Tim Benton, da Universidade de Leeds, o que ocorre atualmente com o clima esboça um futuro negro para muitas espécies, mas é possível que novas apareçam.
Desta forma, as borboletas podem desenvolver músculos mais fortes que permitam a elas bater as asas e alcançar lugares onde elas não tenham concorrentes, e talvez o processo torne estes insetos tão diferentes que seja preciso classificá-los como uma nova espécie.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Aumento da taxa de Carbono no Ar

CO2 acumula-se na atmosfera mais depressa que o esperado:


65% da aceleração do aumento da taxa de carbono no ar foi causada pelo crescimento econômico:
A economia mundial vem exigindo mais CO2 para gerar cada dólar de crescimentoSÃO PAULO - A economia mundial está injetando cada vez mais dióxido de carbono na atmosfera, e a eficiência dos mecanismos naturais para retirar o gás causador do efeito estufa do ar vem diminuindo. As duas más notícias aparecem em estudo realizado por uma equipe internacional e publicado pelo periódico Proceedings of the National Academy os Sciences (PNAS).

Enviada da ONU para clima cobra compromisso de todos países

Segundo o trabalho, a taxa de aumento das emissões de CO2 passou de 1,3% ao ano, nos anos 90, para 3,3% ao ano, entre 2000 e 2006. Os pesquisadores atribuem o fato à recente aceleração do crescimento econômico mundial e ao aumento da intensidade de carbono da economia - isto é, do CO2 liberado para gerar cada dólar do PIB mundial. Além disso, os pesquisadores documentam uma tendência, verificada nos últimos 50 anos, de perda de eficiência dos chamados "ralos" por onde a natureza elimina os excessos do gás, que assim acumula-se em taxas maiores na atmosfera.

O estudo estima que, desde 2000, 65% da aceleração do aumento da taxa de carbono no ar foi causada pelo crescimento econômico, 17% ao aumento do consumo de carbono pela economia e 18%, pela perda da eficiência dos mecanismos naturais de reciclagem. Os autores do trabalho notam que o acúmulo de maiores quantidades de CO2 na atmosfera já era esperado, mas que "a magnitude dos sinais observados parece maior que a estimada pelos modelos".

Ao analisar o aumento da intensidade de carbono da economia mundial, os autores do trabalho notam que taxa de emissões de CO2 necessária para produzir US$ 1 do Produto Mundial Bruto (PMB) caiu de 0,35 kg de carbono por dólar, em 1970, para 0,24 kg/dólar em 2000, mas que desde então a relação voltou a aumentar, o que vem fazendo a um ritmo de 0,3% ao ano.

O trabalho nota, ainda, que existe um aumento na fração de dióxido de carbono presente do ar, em comparação com o que é absorvido pela terra e pelos oceanos, o que sinaliza um enfraquecimento dos "ralos" naturais do gás.

Os autores afirmam que a fração que fica na atmosfera, desde 1959, oscilou entre 0% e 80% do carbono emitido, e esteve em 46% entre 2000 e 2006. Agora, vem aumentando a uma taxa de até 0,46% ao ano. "A elevação da fração implica que as emissões de carbono vêm crescendo mais depressa que a estocagem em terra e nos oceanos", diz o artigo.

"Todas essas mudanças caracterizam um ciclo do carbono que gera uma pressão sobre o clima mais forte e mais rápida que o esperado", afirma o texto publicado pela PNAS. (Fonte: Carlos Orsi - estadao.com.br)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Aquecimento Global e Saúde Pública

Aquecimento global ameaça saúde pública, afirmam especialistas da France Presse, em Chicago:

O impacto do aquecimento global sobre as doenças contagiosas se tornará um desafio muito complexo de saúde pública no mundo, consideraram especialistas reunidos em Chicago. O tema foi incluído pela primeira vez nos discursos de abertura da Conferência Anual sobre Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia (ICAAC).Organizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, esta é a 47ª edição do evento, que reúne cerca de 12 mil médicos e pesquisadores de todo o mundo."O fato de o tema ter grande destaque no programa desta conferência revela sua importância", disse Anthony McMichael, do Centro Nacional de Epidemiologia e Saúde da População da Universidade de Canberra (Austrália). "Há alguns anos, provavelmente não o teríamos abordado, mas os indícios mostram que o aquecimento global aumenta mais rapidamente do que pensávamos há apenas cinco ou dez anos", acrescentou.O tema é complexo e exige que sejam reunidos o mais rápido possível os dados para a elaboração de modelos baseados na evolução das doenças durante as últimas décadas para que se compreenda bem o risco futuro, acrescentou o especialista.Um exemplo são os casos de vírus do Nilo Ocidental, que aumentaram exponencialmente nos Estados Unidos e no Canadá desde 1999, à medida que as mudanças climáticas permitem que o mosquito transmissor da doença se multiplique.Um modelo elaborado para projetar a evolução da malária na África Ocidental mostrou que a incidência da doença provavelmente diminuirá nessa região à medida que ela se torna cada vez mais quente e seca, o que contém o desenvolvimento do mosquito transmissor do patógeno causador do mal.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Efeito estufa atingiu nível esperado só daqui a dez anos


Gases do efeito estufa atingiram níveis perigosos:


O boom da economia global levou a emissão de gases do efeito estufa a um perigoso patamar que só era esperado dentro de uma década e que poderá gerar danos climáticos potencialmente irreversíveis, afirmou um dos maiores cientistas da Austrália.


Tim Flannery, um especialista em questões climáticas reconhecido mundialmente e vencedor do Prêmio Australiano do Ano em 2007, afirmou que o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas a ser divulgado em novembro mostrará que os gases do efeito estufa já atingiram níveis perigosos.


Segundo Flannery, o relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) mostrará que os gases do efeito estufa presentes na atmosfera na metade de 2005 haviam atingido uma concentração de cerca de 455 partes por milhão de dióxido de carbono equivalente -- um cenário previsto para instalar-se daqui a 10 anos.


"Acreditamos que chegaríamos a esse limiar em cerca de uma década", disse Flannery a canais de TV australianos na noite de segunda-feira.


"Segundo o relatório, a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera já está acima do limite e já há a possibilidade de haver mudanças climáticas perigosas."


Flannery, da Universidade Macquarie, disse ter visto os dados que integrarão o documento do IPCC.


O cientista afirmou que a expansão da economia global, com destaque para a China e a Índia, é um fator de peso por detrás da inesperada aceleração dos níveis de concentração dos gases do efeito estufa.


Representantes de todo o mundo reúnem-se em dezembro, em Bali (Indonésia), a fim de dar início a negociações sobre um acordo capaz de substituir o Protocolo de Kyoto, que fixa limites compulsórios de emissão e que deixa de vigorar em 2012.
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