segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Corais do Pacífico perdem a cor devido ao aquecimento global

Os recifes de corais do Pacífico norte estão a sofrer um processo de embranquecimento por causa de um fenómeno meteorológico similar ao «El Niño», que aumenta a temperatura dos oceanos.

A situação mais dramática acontece nas Ilhas Marshall, onde o embranquecimento observado desde Setembro é o pior já registado, de acordo com Karl Fellenius, oceanógrafo da Universidade do Havai, com base em Majuro, capital dessas ilhas.

Segundo C. Mark Eakin, da Vigilância de Recifes da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica americana (NOAA), o Pacífico norte, no seu conjunto, vê-se afetado por este fenómeno.

Os novos recordes de stresse térmico na parte setentrional do Pacífico é um fenómeno natural que ocorre nos lugares em que a água circula pouco, em períodos de marés de pouca amplitude e fortes calores, e à pouca profundidade. Mas a magnitude do fenómeno estudado só pode ser explicado «pelas emissões de gases com efeito de estufa, que fazem aumentar a temperatura nos oceanos», afirma Fellenius.

A temperatura das águas mais superficiais é entre meio e um grau superior ao normal há vários meses, uma diferença suficiente para afectar os frágeis corais, acrescenta o cientista.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) previu na recente cimeira de Lima que as temperaturas constatadas entre Janeiro e Outubro ao redor do globo poderão fazer de 2014 o ano mais quente em todo o mundo desde 1880.[Fonte: Diariodigital]
 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Diminuição de geleiras é um dos efeitos mais graves do aquecimento global


A redução das geleiras se acelera rapidamente em diferentes partes do mundo por causa do aquecimento global, o que representa uma grave ameaça de inundações e desastres naturais, além da perda de espécies e do acesso à água natural.

Em uma cadeia de nevados tropicais, como a Cordilheira Branca do Peru, a diminuição foi de 22% entre 1970 e 2003, e no mar de Amundsen, a oeste da Antártida, a perda anual foi de 83 bilhões de toneladas de gelo desde 1992.

As montanhas ocupam 24% da superfície terrestre e abrigam 1,2 bilhão de pessoas a seus pés. Metade da população assentada nas regiões montanhosas dos países em desenvolvimento sofre de fome crônica e a maioria vive em extrema pobreza, o que agrava a situação social causada pelo degelo das geleiras, explicou à Agência Efe a porta-voz do programa "Homem e Biosfera" da Unesco, María Rosa Cárdenas.

"A montanha é um regulador do clima, é um regulador das correntes de vento, dos fluxos de água, e pode dar certa proteção contra os riscos naturais", comentou Cárdenas. "A situação em outras partes do mundo é semelhante a que se vê na América Latina, uma diminuição das geleiras e perda da massa, o que está contribuindo muito para um dos principais problemas, que é a aparição de lagos de origem geleira", acrescentou Cárdenas.

Estes lagos têm um grande volume de água, originada de uma geleira derretida, mas em um lugar instável e que rapidamente transborda e pode gerar "danos enormes" nas povoações, como inundações repentinas, exemplificou a especialista.

Este programa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura apresentou em Lima, durante a Conferência sobre Mudança Climática das Nações Unidas (COP20), uma exposição de imagens de satélite sobre o estado das geleiras no mundo em consequência da mudança climática.
A exposição "Os impactos da mudança climática nas regiões montanhosas do mundo" mostra 23 imagens da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, a Agência Espacial Europeia e o Serviço Geológico dos Estados Unidos em painéis instalados na prefeitura de Lima.

Cárdenas assinalou que só em uma das 23 geleiras analisadas, situada na Noruega, houve retrocesso na diminuição da massa geleira.

"Há geleiras que em 10 anos retrocederam um ou dois quilômetros, mas em outras geleiras podemos ver um retrocesso muito maior em 50 anos", disse.
"É um pouco difícil falar do que está se passando em nível mundial, de quantos quilômetros estão retrocedendo porque nem em nível mundial nem regional podemos dar um número exato", acrescentou.

No caso das geleiras tropicais, o monitoramento registrou retrocessos importantes, como o nevado Quellcaya, na região peruana de Cuzco, onde sua principal geleira, Kori Kari, retrocedeu 1,2 quilômetro em 1978 e em 2008.
O terreno que rodeia as geleiras costuma ter rochas soltas e esta instabilidade piora quando há sismos, como no Peru.

Nos povoados da Cordilheira Branca pelo menos 30 mil pessoas morreram em 30 catástrofes naturais ocorridas entre 1941 e 2005, de acordo com os estudos divulgados pela Unesco.

Já em uma zona da Antártida, o ritmo de derretimento das geleiras triplicou na última década, segundo um estudo da Universidade da Califórnia em Irvin e do Jet Propulsion Laboratory, da Nasa.

As geleiras no mar de Amundsen, ao oeste da Antártida, perderam 83 bilhões de toneladas anuais desde 1992, e o ritmo de derretimento subiu para 16,3 bilhões de toneladas anuais desde 2003, apontou a pesquisa divulgada em Lima.

Parte das consequências da perda das geleiras é a necessidade de readaptação da quantidade de água que poderemos contar para beber ou usar na agricultura, assim como para gerar energia.[Fonte: Correio do Estado]

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sem zerar efeito estufa, temperatura subirá 2°c

Yahoo Notícias - Sem zerar efeito estufa, temperatura subirá 2°c

Ao apresentar nesse domingo, 2/11/2014, os textos sínteses dos mais recentes relatórios do Painel Internacional de Mudança Climática (IPCC), o presidente do grupo científico, Rajendra Pachauri, afirmou não haver outra saída aos governos senão o corte das emissões de gases do efeito estufa para evitar o aumento de 2°C na temperatura da terra até o fim do século. “A comunidade científica falou. Agora passo o bastão aos governos.”


Pachauri mostrou-se otimista em relação a um acordo entre os 190 países em Paris, em 2015, durante a Conferência das Partes sobre Mudança Climática (COP21). As sínteses dos relatórios do IPCC servirão como base para as negociações. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, lembrou que a tentativa de um acordo em 2009, em Copenhague, falhou porque os líderes estavam concentrados na crise financeira mundial.



Mas há dois meses, em Nova York, os líderes reunidos na Cúpula da Mudança Climática se comprometeram a alcançar um acordo em 2015. “Mesmo que as emissões de gases do efeito estufa acabem agora, ainda vamos continuar a sentir os efeitos da mudança climática”, afirmou Ban. 



As sínteses elaboradas ao longo da semana passada preservaram as principais constatações dos três últimos relatórios do IPCC sobre o aquecimento global e seus efeitos sobre as pessoas e os ecossistemas. Mas ambos os textos sofreram interferência de representantes de governos presentes aos debates em Copenhague. Entre os tópicos omitidos está uma coluna do quadro sobre os cenários de aumento da temperatura, que aponta a possibilidade de acréscimo de 7,8ºC, até 2100, se a concentração de dióxido de carbono (CO2) equivalente na atmosfera superar 1.000 partes por milhão (ppm). 



Solução e futuro

Para a temperatura não subir mais do que 2ºC até 2100, alerta o IPCC, será necessário reduzir as emissões dos gases do efeito estufa para um nível perto de zero. O resumo para tomadores de decisão, com 40 páginas, diz ser “inequívoca” a influência humana no processo de aquecimento global. As emissões de gases do efeito estufa provocadas pelo homem são as maiores da história e vão causar ainda mais aquecimento global e mudança.



Aumenta, portanto, a “probabilidade de impactos graves, disseminados e irreversíveis” sobre as pessoas e os ecossistemas. Entre eles, os eventos extremos - chuvas mais intensas, tempestades, inundações, secas e ciclones - já percebidos. A temperatura e a salinização dos oceanos serão crescentes, assim como o aumento de seu nível, provocado pelo derretimento de geleiras do Ártico. Nenhum lugar do mundo estará intocável à mudança do clima.



A atividade econômica vai cair, a redução da pobreza se tornará tarefa mais difícil e haverá riscos para a segurança alimentar e novos bolsões de miséria em áreas urbanas, aponta o resumo. A mudança climática deve empurrar pessoas para fora de suas regiões originais e há alto risco de conflitos violentos.



Confiança e custos

Segundo o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, o nível de confiança nas projeções científicas é maior agora do que em 2009. O que antes estava apenas projetado pelo IPCC agora tem fundamentos em valores. “Ninguém mais pode alegar ignorância”, disse.



O IPCC preservou no resumo para tomadores de decisão a recomendação para que seadotem estratégias de adaptação e de mitigação de mudanças climáticas. Pachauri alertou para o fato de a “janela” estar se fechando.



O custo da mitigação para a economia mundial, nos cálculos do IPCC, deve ser de 0,06% do Produto Interno Bruto de cada país. Quanto mais atrasar o início das medidas de mitigação, mais caras serão as medidas necessárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.[Fonte: Yahoo]


terça-feira, 13 de maio de 2014

Derretimento na Antártica Ocidental é irreversível, afirmam cientistas


A geleira de Thwaites é uma das mais afetadas pelo processo de derretimento e pode desaparecer
 em um século

Seis geleiras estão derretendo de baixo para cima por causa do aquecimento da água. Somente elas podem elevar o nível do mar em 1,2 metro nas próximas décadas e séculos.
O derretimento das camadas de gelo da Antártica Ocidental chegou a um ponto em que passou a ser irreversível e não pode mais ser interrompido, afirmam dois estudos de pesquisadores dos Estados Unidos divulgados nesta segunda-feira (12/05/14).
Com base em dados recolhidos nos últimos 40 anos pela Nasa – agência espacial dos EUA –, um dos estudos afirma que seis geleiras estão derretendo de baixo para cima e fluindo para o Mar de Amundsen por causa do aquecimento da água ao redor do continente.
Essa parte da Antártica pode ser uma das maiores responsáveis pelo aumento do nível do mar nas próximas décadas e séculos, elevando o mar em 1,2 metro.
"O estudo demonstra que foi ultrapassado um limite crítico", disse o pesquisador Tom Wagner, acrescentando que a pesquisa não foi baseada em simulações de computadores ou modelos numéricos.
Contribuição humana
Segundo o cientista Eric Rignot, autor do estudo desenvolvido pela Universidade da Califórnia em parceria com a Nasa, evidências mostram que uma grande parte do gelo da Antártica Ocidental está recuando de forma irreversível.
Apesar de a situação ser irreversível, reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global, poderia frear a velocidade desse processo nos glaciares de Pine Island, Thwaites, Haynes, Pople, Smith e Kohler.
"Nós acreditamos que isso está relacionado às mudanças climáticas", diz Rignot. Para os pesquisadores, o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera está alterando os padrões de vento ao redor da Antártica, levando águas mais quentes ao continente.
Segundo Rignot, esse processo poderá triplicar sua contribuição para a elevação do mar. "A descarga de gelo no oceano vem aumentando de forma contínua há mais de 40 anos", diz o pesquisador.
Pesquisadores calculam que a geleira de Thwaites pode vir a desaparecer entre 100 e 200 anos, devido à perda gradual de tamanho e peso. Somente ela contribui anualmente para aumentar em um milímetro o nível do mar.[Fonte: DW - CN/rtr/dpa/apf/lusa]

terça-feira, 18 de março de 2014

Nasa prevê colapso da humanidade nas próximas décadas

A humanidade está na iminência de um colapso por conta da instabilidade econômica e do esgotamento dos recursos naturais. Essa foi a conclusão de um estudo financiado pela Nasa, a agência espacial norte-americana. Com o uso de modelos matemáticos a agência norte-americana previu o colapso do planeta Terra mesmo quando eram feitas estimativas otimistas, segundo o jornal britânico Independent.
Usando como modelo o colapso de antigas civilizações, como Roma, Gupta (indiana) e Han (chinesa), a Nasa concluiu que a elite da atual sociedade elevou o padrão de consumo a níveis preocupantes, disparando um alerta de colapso da nossa civilização baseada em cidades e na industrialização. "Esse ciclo de crescimento-colapso é recorrente na história da humanidade", explica o matemático Safa Motesharri.
Motesharri e sua equipe exploraram diversos fatores capazes de causar a extinção da sociedade, como as mudanças climáticas, o crescimento populacional, por exemplo. Os pesquisadores descobriram que a junção desses fatores, aliada à escassez de recursos e a divisão da sociedade entre elite e massas termina por destruir esse arranjo social. Assim aconteceu em todos os impérios da Antiguidade, explica o cientista.
Entretanto, o cientista não considera o fenômeno irreversível. Para evitar o colapso da sociedade, o cientista diz que será necessária uma ação das verdadeiras elites para restaurar o equilíbrio econômico e do uso dos recursos naturais - essa é a única maneira de deter o impacto da ação humana sobre o meio ambiente. E aí, você também acha que estamos a caminho de destruir nossa sociedade?[Fonte: Yahoo]

segunda-feira, 10 de março de 2014

Cientistas identificam nova ameaça 'misteriosa' à camada de ozônio


Camada de ozônio (Foto: AP)

Cientistas identificaram quatro novos gases de efeito estufa produzidos pelo homem que estão contribuindo para a destruição da camada de ozônio.
Embora as concentrações atuais desses gases ainda sejam pequenas, dois deles estão se acumulando na atmosfera a uma taxa significativa.
Desde meados dos anos 80, preocupações sobre o crescente buraco na camada de ozônio vêm restringindo a produção de gases clorofluorcarbonetos (CFC).
Mas a origem dos novos gases ainda permanece um mistério, dizem os cientistas.
Localizada na atmosfera, entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra, a camada de ozônio tem um papel fundamental no bloqueio dos raios ultravioleta (UV), que podem causar câncer em humanos e problemas reprodutivos nos animais.
Cientistas do British Antarctic Survey, entidade responsável pelos assuntos relativos aos interesses do Reino Unido na Antártida, foram os primeiros a descobrir um enorme 'buraco' na camada de ozônio sobre o continente gelado em 1985.
As evidências rapidamente apontaram como causa os gases CFC, que foram inventados na década de 1920 e amplamente utilizados em refrigeração e como propulsores em aerossóis, como sprays e desodorantes.
Os países, então, concordaram rapidamente em restringir os CFCs, e o Protocolo de Montreal, de 1987, limitou o uso dessas substâncias.
A proibição internacional total sobre sua produção entrou em vigor em 2010.
Agora, pesquisadores da Universidade de East Anglia, em Londres, descobriram evidências de quatro novos gases que podem destruir o ozônio e que estão sendo lançados na atmosfera a partir de fontes ainda não identificadas.
Três dos gases são CFCs e um é o hidroclorofluorocarboneto (HCFC), que também pode danificar o ozônio.
'Nossa pesquisa identificou quatro gases que não estavam na atmosfera até a década de 1960, o que sugere que eles são produzidos pelo homem', disse o chefe da pesquisa, Johannes Laube.
Os cientistas descobriram os gases analisando blocos de neve. Segundo eles, o ar extraído dessa neve é um 'arquivo natural' do que estava na atmosfera até 100 anos atrás.
Origem desconhecida
Os pesquisadores também analisaram amostras de ar coletadas no Cabo Grim, uma região remota na ilha da Tasmânia, na Austrália.

Eles estimam que cerca de 74 mil toneladas desses gases foram liberados na atmosfera. Dois dos gases estão se acumulando a taxas significativas.
'Nós não sabemos de onde os novos gases estão sendo emitidos e isso deve ser investigado. Fontes possíveis incluem insumos químicos para a produção de inseticidas e solventes para limpeza de componentes eletrônicos', afirmou Laube.
'Além do mais, os três CFCs estão sendo destruídos muito lentamente na atmosfera - por isso, mesmo se as emissões parassem imediatamente, eles ainda permaneceriam na atmosfera por muitas décadas', acrescentou.
Os quatro novos gases foram identificados como CFC-112, CFC112a, CFC-113a, HCFC-133a.
O CFC-113a foi listado como um 'insumo agroquímico para produção de piretróides', um tipo de inseticida que já foi usado largamente na agricultura.
Assim como o HCFC-133a, ele tambem é usado na fabricação de refrigeradores. Os CFC-112 e 112a podem ter sido usados na produção de solventes de limpeza de componentes eléctricos
Outros cientistas reconheceram que, embora as concentrações atuais desses gases sejam pequenas e não representem uma preocupação imediata, uma pesquisa para identificar sua origem precisa ser feita.
'Esse estudo destaca que a destruição do ozônio ainda não é a história do passado', disse Piers Forster, professor da Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra. 'As concentrações encontradas neste estudo são minúsculas. No entanto, nos lembra que precisamos estar vigilantes e monitorar continuamente a atmosfera'.
'Das quatro espécies identificadas, CFC-113a parece ser o mais preocupante, já que a emissão, embora ainda pequena, cresce rapidamente', acrescentou. [Fonte: G1]