terça-feira, 20 de novembro de 2012

Acúmulo de gases do efeito estufa bate recorde em 2011


O acúmulo de gases causadores do efeito estufa bateu um novo recorde em 2011, anunciou nesta terça-feira a Organização Mundial de Meteorologia (OMM).
A média de concentração dos poluentes que provocam o aquecimento global foi de 390 partes por milhão no ano passado, informou a agência subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU). O número é 40% maior do que a média anterior à Revolução Industrial, de 280 partes por milhão.
De acordo com a OMM, houve um aumento de 30% do efeito estufa sobre o clima global entre 1990 e 2011. A principal causa, prossegue a entidade, foi a emissão de dióxido de carbono derivada da queima de combustíveis fósseis.
O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, disse que 350 bilhões de toneladas de dióxido de carbono foram despejadas na atmosfera terrestre a partir de 1750.
Esse volume, prosseguiu ele, continuará na atmosfera "durante séculos, fazendo com que o planeta esquente ainda mais e refletindo sobre todos os aspectos da vida na Terra". As informações são da Associated Press. [Fonte: Yahoo]

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Da Servidão Moderna - Jean-François Brient

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Elefante aprende a falar


Yongin - Um elefante do zoológico da cidade sul-coreana de Yongin aprendeu a imitar a linguagem humana e reproduz várias palavras, informaram hoje, sexta-feira, especialistas que pesquisaram o caso.
              
Koshik, um elefante asiático de 22 anos do zoológico Everland, de Yongin, recebe os visitantes com "choah" (bem) ou "annyong" (olá), além de pronunciar "anja" (sentado) e "aniya" (não), segundo pesquisadores sul-coreanos e europeus que estudaram o animal.
              
Os elefantes são incapazes de usar os lábios para emitir sons, uma vez que seu lábio superior é unido ao nariz para formar a tromba. Mas Koshik forma palavras enrolando a tromba e inserindo-a na sua boca. Em seguida, coloca a ponta da tromba na língua ou no céu da boca, para criar diferentes sons.
              
Os pesquisadores não sabem como o elefante desenvolveu a habilidade de repetir palavras que, provavelmente, ouviu de seu tratador, Kim Jong-Gap, nos últimos 19 anos.
              
"Os únicos vínculos sociais de Koshik são com seu tratador. Acreditamos que ele tenha aprendido e repita as palavras para criar uma relação de confiança com Kim", explicou Oh Suk-Hun, veterinário de Everland, que estudou o comportamento do animal com cientistas das universidades de Viena (Áustria) e Jena (Alemanha).
              
Koshik nasceu em 1990, num zoológico perto de Seul. Chegou a Everland com 3 anos. "Koshik é como meu bebê, porque cuido dele desde que chegou aqui", disse Kim. "Dormi perto de Koshik durante um mês quando comecei a cuidar dele, e acredito que seja por isso que nos sentimos tão próximos, a ponto de ele ter começado a imitar minha voz." [Fonte: Portaçangop]

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Conheça (e ouça) a baleia-branca que imita voz humana



Habitante das águas frias em torno do círculo polar ártico, a beluga está na Lista Vermelha
Branquinhas, “sorridentes” e extremamente dóceis, as baleias-brancas, também chamadas de belugas, possuem uma outra característica surpreendente: elas são capazes de imitar a voz humana. É o que indica um estudo realizado pela Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos em San Diego, EUA, e publicado nesta terça-feira pelo jornal científico Current Biology.
Durante mais de 20 anos, pesquisadores gravaram sons de um tanque com baleias e golfinhos semelhantes aos emitidos por duas pessoas conversando. O estudo detalha o caso de uma baleia-branca chamada NOC, que com seu "falatório" chegou a confundir um mergulhador.
“A baleia foi reconhecida como a fonte dos sons, quando um mergulhador emergiu do tanque onde estava o animal e perguntou: ‘Quem me disse para sair?’ Nossas observações levaram-nos a concluir que o "fora" (“Out”, em inglês”) repetido várias vezes veio da NOC”, contam os pesquisadores.
O curioso é que golfinhos (a baleia beluga é uma parente do golfinho) e papagaios foram ensinados a imitar os padrões de fala humana, mas é raro um animal fazê-lo espontaneamente. Segundo os pesquisadores, a aprendizagem no caso de NOC foi realmente espontânea e o objetivo seria estabelecer contato com os cuidadores.
Com esse estudo, os pesquisadores da fundação esperam influenciar a maneira como os seres humanos pensam e se relacionam com os mamíferos marinhos, e de alguma forma demonstrar a importância da conservação dos oceanos. Habitante das águas frias em torno do círculo polar ártico, a beluga está na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da IUCN, devido à caça intensa, especialmente no século passado.[Fonte: Exame]
Embora pudesse ser superada por um papagaio treinado, a baleia-branca NOC (lê-se “nou sii”) conseguia fazer algo que a maioria de suas colegas era incapaz: imitar sons humanos 
Capturada em 1977, NOC fez parte do Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha em San Diego (EUA), que estudava se baleias, golfinhos, focas e outros mamíferos do mar poderiam ser usados em missões de reconhecimento ou até mesmo para desativar minas aquáticas. Sete anos depois, cientistas do projeto notaram que NOC emitia sons estranhos, “como se duas pessoas estivessem conversando a distância, longe demais para serem entendidas por nós”, relataram no periódico Current Biology.
Certa vez, um mergulhador saiu do tanque de NOC porque achou que um dos colegas havia pedido. Eles concluíram que foi a própria baleia que emitiu o “pedido”, tentando imitar o som de “out” (“sair”). A partir daí, eles começaram a gravar os estranhos sons emitidos por NOC, dentro e fora d’água. “As ondas sonoras eram similares às da voz humana e diferentes daquelas normalmente emitidas pelas baleias”, conta Sam Ridgway, Presidente da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos dos Estados Unidos. “Os sons que ouvimos eram claramente um exemplo de aprendizado vocal”.

Além do “baleiês”

Já houve outros casos parecidos (embora raros): na década de 1940, biólogos relataram que os chamados feitos por baleias poderiam, às vezes, soar como gritos de crianças a distância. Nos anos de 1970, uma baleia-branca no Aquário de Vancouver (Canadá) se mostrou capaz de emitir sons similares aos dos idiomas chinês e russo, e até mesmo dizer o próprio nome (“Lugosi”). Contudo, foi o caso de NOC que cientistas aproveitaram para estudar como uma baleia seria capaz de emitir sons “humanos”.
Os pesquisadores de San Diego colocaram sensores de pressão no interior e logo acima da cavidade nasal de NOC, que indicaram uma variação de pressão em seu interior. Soltando ar de modo específico por seus “lábios fônicos” (cavidade no topo da cabeça), NOC conseguia simular cordas vocais humanas. “Parece que a proximidade de NOC com seres humanos teve um papel na frequência com que o animal usava sua ‘voz humana’, e na sua qualidade”, relataram os cientistas. A “mímica” durou quatro anos, até a baleia passar a emitir apenas sons comuns de sua espécie.
Em 4 de abril de 1999, NOC morreu. “Não chegamos a gravar sua melhor imitação”, conta Ridgway, mas o material coletado foi de grande valia para os pesquisadores. “Mesmo que a baleia não soubesse o que estava dizendo, e estivesse apenas imitando o que ouviu, isso deveria ser explorado mais a fundo”.
Atualmente, cientistas japoneses estão trabalhando em um tradutor de sons de golfinhos – talvez um de baleias não esteja tão longe da realidade. Se o projeto der certo, o que os golfinhos dirão? “Até logo, e obrigado pelos peixes”?[NBC - Fonte: http://hypescience.com]

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Gás metano da Antártida pode agravar aquecimento global


Um grande volume de metano, um dos gases do efeito estufa, pode ter sido produzido sob o manto de gelo da Antártida ao longo de milhões de anos e pode se somar ao aquecimento global caso seja liberado para a atmosfera por um degelo, indicou um estudo nesta quarta-feira.
Cientistas das universidades de Bristol, Utrecht, Califórnia e Alberta simularam o acúmulo de metano nas bacias sedimentares da Antártida usando modelos e cálculos. Eles descobriram que é provável que micro-organismos podem ter conseguido converter os grandes depósitos de carbono orgânico do manto de gelo no gás potente.
Caso esteja presente, o metano provavelmente está preso sob o gelo. Mas ele pode ser liberado para a atmosfera à medida que as temperaturas globais crescentes derretem a camada de gelo, alimentando ainda mais o aquecimento global, afirmaram os cientistas em artigo publicado na revista científica Nature.
"O Manto de Gelo Antártico pode constituir um componente previamente negligenciado do inventário de hidrato de metano global, embora exista uma incerteza significativa", afirmaram os cientistas.
O metano permanece na atmosfera por até 15 anos. Os níveis têm aumentado nos últimos anos, seguindo um período de estabilidade desde 1998.
O gás normalmente é retido como hidrato de metano em sedimentos sob um leito marinho. A substância é uma forma de gelo contendo uma grande quantidade de metano, que em geral é estável.
Quando a temperatura sobe, o hidrato se quebra e o metano é liberado do leito marinho, dissolvendo-se em sua maior parte na água do mar. Mas, se o metano se romper na superfície do mar e escapar para a atmosfera, ele pode intensificar o aquecimento global.
Os cientistas já identificaram milhares de locais no Ártico onde o metano está sendo liberado na atmosfera, mas o potencial para a formação de metano sob o Manto de Gelo Antártico tem sido muito menos estudado. [Fonte: Terra]

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Perfurações revelam que Antártida já teve floresta tropical

Perfurações no leito marinho da costa da Antártida revelaram que uma floresta tropical existiu no continente há 52 milhões de anos, afirmaram cientistas nesta quinta-feira, alertando que a região poderá voltar a perder sua camada de gelo em questão de décadas. Segundo informações da AFP, a análise do núcleo de sedimentos coletados na costa leste da região revelou polens fossilizados provenientes de uma floresta "quase tropical" que cobriu o continente no período Eoceno, de 34 a 56 milhões de anos atrás.
Kevin Welsh, cientista australiano que viajou na expedição de 2010, explicou que a análise de moléculas sensíveis à temperatura nos núcleos demonstraram que era "muito quente" 52 milhões de anos atrás, com temperaturas de cerca de 20ºC. "Havia florestas em terra, não haveria gelo algum e seria muito quente", afirmou Welsh à AFP a respeito do estudo, publicado na revista científica Nature. "É surpreendente porque, obviamente, a imagem que temos da Antártida é que é muito fria e cheia de gelo", acrescentou ele, que é paleoclimatologista na Universidade de Queensland.
Welsh disse que se acreditava que níveis mais elevados de dióxido de carbono na atmosfera fossem a principal causa do calor e da ausência de gelo na Antártida, com estimativas de CO2 entre 990 e 2 mil partes por milhão (ppm).
A concentração de CO2 atualmente é calculada em cerca de 395 ppm, e Welsh afirmou que as previsões mais extremas, feitas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) veria o gelo recuado novamente na Antártida "no fim do século". "É difícil dizer, porque realmente isto é controlado pelas ações de pessoas e governos", explicou Welsh.
Welsh descreveu as descobertas como "muito significativas" para compreender o futuro das mudanças climáticas, particularmente em face da importância da Antártida para o planeta inteiro, bem como do "imenso" volume d'água armazenado em sua superfície.
O estudo "demonstra que se atravessarmos períodos de mais CO2 na atmosfera, é muito provável que haja mudanças dramáticas nestas áreas onde o gelo atualmente existe", afirmou. "Se perdermos muito gelo na Antártida, vamos ver uma mudança dramática no nível do mar em todo o planeta", acrescentou. Até mesmo a elevação do nível do mar em alguns poucos metros inundaria "grandes porções de terra habitável ao longo da costa de muitos grandes países e regiões de terras baixas", disse.
O gelo no leste da Antártida tem de 3 a 4 km de espessura e acredita-se que tenha se formado cerca de 34 milhões de anos atrás. Welsh disse que também haverá grandes impactos nas temperaturas globais se o gelo recuar porque se trata de um mecanismo de resfriamento integral do planeta, que regula as temperaturas, ao refletir para o espaço a energia do sol.
"Há duas maneiras de observarmos para onde iremos no futuro", afirmou em entrevista à BBC o coautor do estudo, James Bendle, da Universidade de Glasgow. "Uma das maneiras é usar modelos baseados na física, mas cada vez mais estamos usando este procedimento 'de volta para o futuro' no qual observamos períodos geológicos do passado que podem ser similares ao caminho que estamos propensos a seguir dentro de 10, vinte ou cem anos", disse Bendle.
Segundo informações da BBC Brasil, o Programa Integrado de Perfuração Oceânica Integrada (IODP, na sigla em inglês) a sonda perfurou através de 1 km de sedimento para trazer as amostras da época do eoceno. Juntamente com o sedimento, vieram grãos de pólen de palmeiras que eram parentes das baobá e macadâmia da atualidade. A matéria vegetal encontrada também trazia resquícios de organismos unicelulares chamados archaea. As planícies costeiras teriam abrigado palmeiras, e áreas mais para o interior contavam com faias e coníferos.
Os dados sugerem que até mesmo nos períodos mais sombrios do inverno antártico, a temperatura nunca caiu abaixo de 10ºC, e que no verão as temperaturas diurnas ficavam na faixa dos 20ºC.
Com informações da AFP e da BBC Brasil

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estudo: desmatamento que já ocorreu ainda acabará com espécies


Um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã naScience afirma que a maior parte das extinções na Amazônia brasileira ainda está por vir. A perda de habitat não causa a extinção imediata de uma espécie - leva um tempo até que um grupo de animais desapareça completamente, e esse lapso é chamado de "débito de extinção". Segundo o estudo, 80 a 90% das extinções de espécies causadas pelo desmatamento já feito ainda vão ocorrer.
Com uma equipe que reuniu de ecologistas a matemáticos, o Imperial College London, a Sociedade Zoológica de Londres e a Universidade Rockefeller (EUA) criaram uma fórmula para estimar o "débito de extinção". Eles então criaram quatro cenários para 2050 na floresta. O melhor deles é o previsto pelo governo brasileiro - o fim de todo desmatamento em 2020. Neste, os ecossistemas locais terão perdido em média 12 espécies e outras 19 estarão condenadas no final dessas quase quatro décadas. No pior cenário, sem nenhuma regulação do governo, as espécies locais podem desaparecer completamente fora de áreas de conservação.
Britaldo Silveira Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comentou o estudo em artigo separado na Science. Segundo o pesquisador, o modelo é útil para planejamento, mas nenhum modelo é perfeito. "Primeiro, 50% da floresta amazônica está protegida agora; e segundo, o aumento das políticas verdes no Brasil faz com que essas previsões pareçam improváveis", diz o brasileiro.
Os pesquisadores britânicos e americanos, por outro lado, afirmam que o modelo provê uma janela de oportunidade para salvar essas espécies. "Eu gostaria de pensar que as pessoas vão olhar para os dados e dizer 'agora sabemos exatamente onde estão os maiores débitos de extinção e nós podemos mirar essas áreas em particular para conservar as espécies que ainda estão ali'", diz Robert Ewers, líder do estudo, ao site da revista Nature. [Fonte: Terra]

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Oceano apresenta sintomas de grandes extinções em massa

Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.
Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.
A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.
‘‘As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.
Plástico 
Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes. 

A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano.

Com isso, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar. 

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.
Ciclos 
A vida na Terra já enfrentou cinco ''ciclos de extinção em massa'' causados por eventos como o impacto de asteróides e muitos cientistas que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.

''Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa'', afirma o professor Alex Rogers.
O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.
Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.
Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.
As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos.[Fonte: IG]

Estudo detalha elevação do nível do mar


O nível da água nos mares e oceanos de nosso planeta subiu de modo significativo desde o início da industrialização. Foi o que revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Instituto de Estudos das Consequências da Mudança Climática de Potsdam (PIK), na Alemanha, baseado na análise de sedimentos fósseis no litoral atlântico da América do Norte. O estudo é o mais detalhado sobre as mudanças no nível do mar ao longo dos últimos 2.200 anos.
Uma equipe internacional de especialistas liderada pelo professor alemão Stefan Rahmstorf ampliou em mais de dois milênios as análises sobre a relação entre a temperatura do ar e o nível das águas dos oceanos, que até agora só tinham sido analisadas em relação aos últimos 130 anos.

Foto: Getty Images
Novo estudo certifica que o nível das águas aumenta quanto mais quente é o clima global
O novo estudo certifica que o nível das águas aumenta quanto mais altta é a temperatura global e que a o clima do planeta aqueceu de forma mais acelerada com o início da industrialização no final do século XIX.
"O homem aquece cada vez mais o clima com as emissões de gases, o que faz o gelo derreter com maior rapidez e acelera a alta do nível da água do mar", advertiu Rahmstorf em uma nota emitida pelo PIK.
Os dados obtidos revelam que a Terra atravessou quatro fases nos últimos 2,2 mil anos, com uma primeira fase entre o ano 200 antes de nossa era e o ano 1000, no qual o nível das águas do mar se manteve estável.
Nos 400 anos seguintes e devido a um período climático quente durante a Idade Média, o nível das águas marinhas subiu cerca de 20 centímetros, em uma média de 5 centímetros por século.
Depois houve outra fase de estabilidade, que acabou no final do século XIX com o início da industrialização, o que conduziu a uma alta do nível do mar de 20 centímetros nos últimos 130 anos.
"Isto demonstra que a alta do nível das águas do mar é muito maior que a registrada nos 2 mil anos anteriores", destaca a nota do PIK.
A equipe de cientistas baseia seu estudo na análise dos restos fossilizados de seres unicelulares recolhidos mediante perfurações em salinas naturais do litoral atlântico americano.
Devido ao fato de esses seres unicelulares viverem sempre a uma determinada altura dependente das marés, a quantidade e o tipo dos sedimentos fossilizados recolhidos permitiu estabelecer o nível de água em um período superior a dois milênios.[Fonte: IG]


Nível do mar está subindo rapidamente no litoral norte de SP


AE
Praia de Indaiá, em Caraguatatuba: avanço do nível do mar coloca construções em risco

Sobe cada vez mais rápido o nível do mar no litoral norte de São Paulo, aponta pesquisa coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Paolo Alfredini. Com base nos registros feitos de 1944 a 2007 pela Companhia Docas do Estado de São Paulo, em Santos, Alfredini constatou uma elevação do mar de 74 centímetros por século. Também foi analisada a documentação de outras instituições em Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba.

Nas últimas décadas, no entanto, o avanço das águas marítimas foi mais rápido. “Nos últimos 20 anos, analisando esses dados, a gente nota que tem havido uma aceleração. Isso aparentemente está ligado ao fato que as temperaturas têm aumentado mais nesse período”, ressaltou o professor. Com isso, a estimativa de Alfredini é que neste século o nível do mar suba cerca de 1 metro.
Um aumento desse nível significa, segundo Alfredini, a perda de 100 metros de praia em áreas com declividades suaves. Essa aproximação das águas pode colocar em risco construções à beira mar. “A quebra da onda vai ficar muito mais próxima das avenidas, onde existem ocupações urbanas. Vai começar a solapar e erodir muros”, disse. “Tubulações que passem perto da praia, como emissários de esgoto, interceptores de águas pluviais, podem vir a ser descalçados e eventualmente até romper”, completou.
Outro fator que ameaça as construções costeiras, verificado no estudo, é o aumento da altura das ondas nas ressacas e tempestades marítimas, além do aumento da frequência desses fenômenos. “Havendo um recrudescimento das ondas, isso também vai provocar mais erosões [nas praias]”, alertou o pesquisador.
A elevação do nível do mar poderá ainda, segundo Alfredini, causar problemas para o abastecimento de água em algumas cidades. Segundo ele, esse processo tende a causar um aumento no volume de água que se infiltra nos rios. “ Portanto, as tomadas de água para abastecimento público e industrial poderão começar a receber água com maior teor de salinidade. E isso pode começar a complicar ou inviabilizar o tratamento da água”.
Para amenizar esses problemas, o pesquisador aponta a necessidade de preparação das cidades afetadas, com a construção, por exemplo, de obras de defesa costeira. “Tem que ter nesses governos municipais, principalmente, que estão em áreas de extremo risco, consciência de que isso é uma realidade”.[Fonte: IG]

Aumento do nível do mar ameaça o litoral do Atlântico nos Estados Unidos



O nível do mar em uma faixa costeira atlântica nos Estados Unidos, incluindo as cidades de Nova York e Boston, aumenta até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial, segundo um estudo pubicado pela revista Nature Climate Change.
Este fenômeno, vinculado à mudança climática, aumenta o risco de inundações de uma das zonas costeiras mais densamente povoadas e ameaça a biodiversidade das zonas úmidas, segundo o estudo do centro americano de vigilância geológica USGS.


Estas conclusões aparecem quando especialistas do Conselho Nacional de Pesquisa americano afirmaram na sexta-feira que a elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático pode ser duas ou três vezes mais importante que o previsto durante este século.

Desde 1990, ao longo de uma faixa de mil quilômetros da extensão da faixa atlântica dos Estados Unidos examinada pela Nature Climate Change, o nível do mar aumentou de 2 a 3,7 milímetros por ano. Em nível mundial, o aumento é entre 0,6 e 1 milímetro.
Se o aquecimento continuar, o nível do mar nesta parte da costa atlântica poderá aumentar, até 2100, 30 cm, mais que o aumento de 1 m em média em nível mundial calculado pelas projeções científicas.
Em outro estudo publicado pela Nature Climate Change, investigadores europeus vão mais além de 2100: segundo seus cálculos, uma alta das temperaturas de dois graus provocará uma alta de 2,7 m em 2300 em relação ao nível do mar. Limitar o aquecimento a +1,5 graus limitariam esta elevação do nível dos oceanos a 1,5 metros.
O objetivo atual da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois graus em relação à época pré-industrial.[Fonte: IG]

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Documento final da Rio+20 é aprovado oficialmente


Com uma salva de aplausos, o documento final da Rio+20 foi aprovado às 19h14 desta sexta-feira. Veja o documento no link http://www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html em inglês, espanhol, francês, russo, chinês ou árabe.
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro voltou a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na cidade de 13 a 22 de junho, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento ingressou quarta-feira na etapa definitiva e mais importante. Nesta sexta, o Segmento de Alto Nível faz sua última plenária e encerrou a Rio+20 com a aprovação do texto por diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não vieram ao Brasil, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo, que segue sofrendo críticas dos representantes mundiais. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.[Fonte: Terra]

The Future We Want

terça-feira, 15 de maio de 2012

Terra leva um ano e meio para repor recursos consumidos anualmente, diz estudo

Relatório feito pelo WWF diz que 30% de espécies de vida selvagem já foram perdidas desde 1970
Os seres humanos consomem, a cada ano, um montante de recursos naturais 50% superior ao que a Terra pode produzir, de forma sustentável nesse mesmo período. Os dados são da ONG WWF.
De acordo com um relatório "Living Planet", divulgado nesta terça-feira, a Terra leva um ano e meio para repor todos os recursos que a população mundial consome a cada ano. Para muitos ambientalistas, a Rio+20, conferência internacional que será realizada no Brasil em junho, é uma oportunidade para os países aumentarem de forma urgente a proteção à natureza.
"A conferência Rio+20 é uma oportunidade para o mundo tratar com seriedade a necessidade de tornar o desenvolvimento sustentável", disse David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha. O Brasil ficou em 56º lugar.
"Nós precisamos aumentar o senso de urgência, e eu acho que em última instância isso não diz respeito somente às nossas vidas mas também ao legado que vamos deixar para as futuras gerações", acrescentou.
Desde 1966, a demanda por esses recursos se duplicou, acentuando as diferenças entre habitantes de países ricos e pobres. Se cada morador da Terra consumisse como um americano, por exemplo, seriam necessários quatro planetas para responder a essa demanda.
Análises feitas por outra organização, a Global Footprint Network, também mostram um cenário preocupante.
Os cálculos têm como objetivo dimensionar o quão sustentável nossa sociedade global é em termos de sua pegada ecológica – uma medida composta por fatores tais como a queima de combustíveis fósseis, o uso de áreas agrícolas para produção de alimentos, e o consumo de madeira e peixes capturados em ambiente selvagem.
No ranking elaborado pela organização, os Estados Unidos ficam entre os dez países como maior pegada ecológica. Entre os primeiros da lista aparecem ainda Dinamarca, Bélgica, Austrália e Irlanda.
No ranking elaborado pela organização, o Golfo Pérsico emerge como a região com a pegada ecológica per capita mais alta do mundo, com Catar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos como os países menos sustentáveis.

Áreas tropicais


O estudo mostrou, ainda, que a exploração dos recursos naturais provocou uma redução de 30% da vida selvagem no planeta desde 1970. Entre as espécies tropicais a redução foi ainda maior, de 60%.
O documento combinou dados de mais de 9.000 populações de animais ao redor do mundo para chegar a esta conclusão. Seus principais autores, os pesquisadores do WWF, dizem que o progresso global quanto à proteção da natureza e o combate às mudanças climáticas ainda é "glacial".
O relatório usa dados sobre tendências populacionais de várias espécies ao redor do mundo compilados pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês). Na edição mais completa de seu relatório até hoje, a ZSL examinou um número recorde de espécies (2.600), e populações destas espécies (9.104).
As espécies mais afetadas são aquelas encontradas em rios e lagos das regiões tropicais, que apresentam uma redução de 70% desde 1970. O diretor do Instituto de Zoologia da ZSL, Tim Blackburn, fez uma analogia entre as cifras ambientais e o mercado financeiro.
"Haveria pânico se o FTSE [índice da Bolsa de Londres] mostrasse um declínio como este. A natureza é mais importante do que o dinheiro. A humanidade pode viver sem dinheiro, mas nós não podemos viver sem a natureza e os serviços essenciais que ela nos traz", avaliou.
Uma das recomendações à Rio+20 diz respeito a este conceito, e aconselha os governos de todo o mundo a utilizarem indicadores econômicos que incluam uma valoração do "capital natural".

Escassez d’água

Uma nova medida desenvolvida pelo WWF permite rastrear a escassez de água em 405 sistemas de rios ao redor do mundo com periodicidade mensal.
A análise revela que 2,7 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) já têm que lidar com falta d’água por ao menos um mês todos os anos.
O relatório destaca alguns exemplos de progresso quanto à sustentabilidade, tais como um programa no Paquistão que ajudou fazendeiros de algodão a reduzirem o uso de água, pesticidas e fertilizantes gerando uma colheita semelhante.
Os dados também mostram algumas áreas que precisam de atenção urgente, tais como uma taxa mundial de desperdício de alimentos de 30% causada por comportamento irresponsável nos países mais ricos e a falta de infraestrutura de armazenamento em nações em desenvolvimento.
David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha, compara os dados com o mercado financeiro ao dizer que não é tarde demais para alterar as tendências em curso, mas que "precisamos lidar com isto com a mesma urgência e determinação com as quais lidamos com a crise financeira sistêmica global".[Fonte: BBC Brasil]

Pegada Ecológica

1. Catar
2. Kuwait
3. Emirados Árabes Unidos
4. Dinamarca
5. EUA
6. Bélgica
7. Austrália
8. Canadá
9. Holanda
10. Irlanda
33. Rússia
56. Brasil
66. África do Sul
73. China
135. Índia 
Fonte: Global Footprint Network / Sociedade Zoológica de Londres (ZSL)



Haveria pânico se o FTSE [índice da Bolsa de Londres] mostrasse um declínio como este. A natureza é mais importante do que o dinheiro"
David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha



Nós precisamos aumentar o senso de urgência, e eu acho que em última instância isso não diz respeito somente às nossas vidas mas também ao legado que vamos deixar para as futuras gerações"
David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha

sábado, 12 de maio de 2012

A Corporação - Versão completa - The Corporation ( Leg. Pt-Br)




Em 1886, o condado de Santa Clara, nos EUA, enfrentou nos tribunais a Southern Pacific Railroad, poderosa companhia de estradas de ferro. No veredicto, sem maiores explicações, o juiz responsável pelo caso declarou, em sua argumentação, que "a corporação ré é um individuo que goza das premissas da 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe ao Estado que este negue, a qualquer pessoa sob sua jurisdição, igual proteção perante a lei". Isso significa que, a partir daquele momento, era estabelecida uma jurisprudência através da qual, perante as leis norte americanas, corporações poderiam considerar-se como indivíduos. 



Apesar do peculiar raciocínio por trás do veredicto do caso de Santa Clara, corporações, é claro, não podem ser consideradas como "pessoas". Tecnicamente, elas nada mais são do que um instrumento legal através do qual determinado negócio é transformado numa estrutura cujo funcionamento transcende as limitações individuais de seus responsáveis de carne e osso. Por conta disso, apesar das posições individuais de seus fundadores, e mesmo após a morte destes, uma corporação segue em sua existência, operando como um "organismo" autônomo em busca de um objetivo bastante específico - o lucro.


Mesmo assim, ainda que o bom senso determine uma linha bastante clara entre pessoas reais e corporações, ambas seguem merecendo, perante a Constituição dos EUA, o mesmo tipo de tratamento. Mas, e se corporações fossem mesmo indivíduos? Que tipo de gente seriam? Em busca da resposta para essa questão, o escritor Joel Bakan e os cineastas Mark Achbar e Jennifer Abbott resolveram adentrar os subterrâneos do mundo e da cultura corporativa, analisando os motivos e conseqüências das ações das companhias transnacionais através de um método de estudo que, distanciando-se da análise sócio-política, aproxima-se da psicanálise. O trabalho dos três, que resultou no documentário A Corporação (The Corporation), aponta para uma conclusão perturbadora. 



Lucros sem culpa

O documentário, baseado no livro The corporation - the pathological pursuit of profit and power*, de Joel Bakan (que também assina o roteiro do filme), é uma profunda e divertida análise do mundo corporativo. A partir do estudo de crimes cometidos por transnacionais, e de dezenas de entrevistas com gente direta ou indiretamente ligada ao mundo corporativo, como ativistas de esquerda e de direita, acadêmicos, jornalistas, executivos, e espiões industriais, os autores fazem uma radiografia das corporações como "seres" autônomos, que funcionam de acordo com um conjunto específico e determinado de regras e motivações, bastante distintas daquelas partilhadas entre os homens comuns. Um "comportamento" que, de tão voltado à busca pela realização pessoal em detrimento de qualquer dano causado a terceiros, resvalaria, segundo alguns dos entrevistados, na psicopatia.

Montado sobre uma estrutura ágil, baseada numa esperta colagem de cenas de filmes B, vídeos institucionais antigos, imagens documentais e entrevistas nas quais, contra um fundo negro, representantes das mais distintas correntes políticas, como Noam Chomsky, Milton Friedman, Sir Mark Moody-Stuart (ex-dirigente mundial da Shell) e Vandana Shiva têm seu discurso contextualizado em relação ao "comportamento" institucional das grandes corporações, o filme faz uma análise dos vetores "psicológicos" responsáveis por regular o relacionamento das grandes companhias com o indivíduo - social, cultural e politicamente.

Criadas com o objetivo único de tornar mais eficiente o acúmulo do capital, corporações seguem uma dinâmica própria, que transcende as vontades individuais de seus acionistas e executivos. Mas, mais do que criar estruturas de produção viciadas, a lógica do lucro é responsável também pelo modo como é construída a cultura corporativa e suas noções de responsabilidade social e política. "Pedir a uma corporação que seja socialmente responsável faz tanto sentido quanto pedir a um edifício que o seja", dispara, em depoimento, Milton Friedman, economista vencedor do prêmio Nobel. Ou, como lembrado em outra entrevista, desta vez pelo historiador Howard Zinn, "corporações sempre foram amigas de políticas totalitárias".

Isso é refletido também nas relações de trabalho. Seja no que diz respeito à dissociação entre atos individuais de funcionários e realizações criminosas cometidos pela companhia, seja na desumanização do processo de produção, existe, no ideal corporativo, algo próximo da diminuição do homem à condição de máquina. O esforço humano despe-se de qualquer carga moral ou ideológica, aproximando-se de um ideal de eficiência análogo à idéia pré-fordista de automatização. As cenas e depoimentos do filme sobre as rotina de trabalho nas sweatshop (veja texto) são a demonstração desse processo.

Por amorais, as grandes transnacionais têm no lucro o único mediador de suas responsabilidades e ações em relação ao público. A não ser que interfira de alguma maneira em sua capacidade de acumular capital, corporações não se sentem responsáveis por danos políticos, sociais, ambientais ou culturais que possam causar. Uma atitude que, em casos extremos, pode levar grandes companhias à autodestruição. "Como um mercador que, de tão ganancioso, vende a corda com a qual ele próprio vai ser enforcado", afirma, no documentário, o jornalista e documentarista Michael Moore.

Chamando o blefe

Produto de intensa e ampla pesquisa, A Corporação procura, mais que trazer o debate sobre poder corporativo à agenda do dia, criar mobilização. "Nós queremos mostrar às pessoas que elas ainda podem mudar as coisas", disse, em entrevista à agência de notícias IPS, o roteirista Joel Bakan. O caráter de guerrilha, que permeia todo o filme, é estendido também à estratégia de divulgação. Sem grandes investimentos em publicidade, os realizadores do filme apostam na propaganda boca-a-boca para conquistar espectadores. No que depender da recepção ao documentário em festivais ao redor do mundo, a publicidade positiva parece certa. Vencedor do prêmio de melhor documentário nos festivais de Sundance e Amsterdam, o filme tem tido recepção calorosa de público e crítica ao redor do mundo. No Brasil, foi exibido no festival É Tudo Verdade, além de estar programado para o festival de cinema de Brasília, em junho.

Obra essencial da nova safra de documentários críticos do modelo de produção desumanizado, como Tiros em Columbine e Supersize Me(ainda inédito no Brasil), A Corporação pretende, com seu mergulho nos sombrios e amorais subterrâneos da "psique" corporativa, lembrar que a sociedade não é impotente ante o monstro que criou. Afinal, como lembra a ativista Vandana Shiva, "Em todo o período da história... eventualmente, se você chamar o blefe, as mesas acabam sendo viradas".

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O "Choro" Ignorado...Representa o Choro da Natureza!!!

O Cacique Raoni chora ao saber que a presidente Dilma liberou o início das construções de Belo Monte. Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies. Tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética. E tudo isso às vésperas da conferência mundial Rio +20, ou seria Rio -20???


quinta-feira, 10 de maio de 2012

'Sopa de plástico' no Pacífico aumenta 100 vezes


O enorme redemoinho de lixo plástico flutuante do norte do Pacífico aumentou cem vezes nos últimos 40 anos, revelou um artigo que será publicado nesta quarta-feira. Cientistas alertam que a 'sopa' de microplástico - partículas menores a que cinco milímetros - ameaçam alterar o ecossistema marinho.

No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo publicado no periódico Biology Letters, da Royal Society. Mas atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo conhecida como Giro Subtropical do Norte do Pacífico (NPSG, na sigla em inglês) ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupe uma área correspondente, grosso modo, ao território do Texas.



"A abundância de pequenas partículas plásticas produzidas pelo homem no Giro Subtropical do Norte do Pacífico aumentou cem vezes nas últimas quatro décadas", destacou um comunicado sobre as descobertas feitas por cientistas da Universidade da Califórnia.



Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico. As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos.



O estudo diz que o NPSG fornece um novo hábitat para insetos oceânicos, denominados "gerrídeos", que se alimentam de plâncton e ovos de peixes e, por sua vez, viram comida de aves marinhas, tartarugas e peixes.

Os insetos, que passam toda a vida no mar, precisam de uma superfície dura onde depositar seus ovos, antes limitada a itens relativamente raros, como madeira flutuante, pedras-pome e conchas marinhas.Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, "potencialmente às c

ustas de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes".

Leia mais sobre as chamadas "sopas de plástico" nos oceanos: