sexta-feira, 28 de março de 2008

Amazônia pode 'morrer' em 50 anos, diz estudo


A floresta amazônica poderia “morrer” em 50 anos por causa de mudanças climáticas provocadas pelo homem, sugere um estudo internacional publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
Segundo o estudo, muitos dos sistemas climáticos do mundo poderão passar por uma série de mudanças repentinas neste século, por causa de ações provocadas pela atividade humana.
Os pesquisadores argumentam que a sociedade não se deve deixar enganar por uma falsa sensação de segurança dada pela idéia de que as mudanças climáticas serão um processo lento e gradual.
“Nossas conclusões sugerem que uma variedade de elementos prestes a ‘virar’ poderiam chegar ao seu ponto crítico ainda neste século, por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem”, disse o professor Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que liderou o estudo de mais de 50 cientistas.
Segundo os cientistas, alterações mínimas de temperatura já seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até causar o colapso repentino de um sistema ecológico.
O estudo diz que os sistemas mais ameaçados seriam a camada de gelo do mar Ártico e da Groelândia, em um ranking preparado pelos cientistas, que inclui os nove sistemas mais ameaçados pelo aquecimento global.
A floresta amazônica ocupa a oitava e penúltima colocação no ranking.


Chuva
Segundo o estudo, boa parte da chuva que cai sobre a bacia amazônica é reciclada e, portanto, simulações de desmatamento na região sugerem uma diminuição de 20% a 30% das chuvas, o aumento da estação seca e também o aumento das temperaturas durante o verão.
Combinados, esses elementos tornariam mais difícil o restabelecimento da floresta.
A morte gradual das árvores da floresta amazônica já foi prevista caso as temperaturas subam entre 3ºC e 4ºC, por conta das secas que este aumento causaria.
A frequência de queimadas e a fragmentação da floresta, causada por atividade humana, também poderiam contribuir para este desequilíbrio.
Segundo o estudo, só as mudanças na exploração da terra já poderiam, potencialmente, levar a floresta amzônica a um ponto crítico.
A maioria dos cientistas que estudam mudanças climáticas acredita que o aquecimento global provocado pelas atividades humanas já começou a afetar alguns aspectos de nosso clima. (Fonte: BBCBrasil)

quarta-feira, 26 de março de 2008

Parte de plataforma de gelo se desintegra na Antártida

Uma parte da plataforma de gelo Wilkins, localizada na Península Antártida, entrou em colapso ontem, num processo de desintegração que especialistas afirmam ser provocado pelo aquecimento global. A região mais atingida tem 13.680 quilômetros quadrados, mas toda a área afetada chega a 414 mil km2. Ela existia há centenas, talvez milhares, de anos.
A plataforma, um grande lençol gelado que flutua no oceano, localiza-se na Antártida Ocidental. Essa é a região do planeta onde foi registrado o maior incremento de temperatura nos últimos 50 anos - cerca de 0,5°C por década.
A desintegração se intensificou a partir de 28 de fevereiro, quando um iceberg de 41 km por 2,5 km se desprendeu. Ontem, o restante da área se desmanchou em horas, formando uma série de icebergs menores. Todo o evento foi acompanhado de perto por cientistas, por meio de câmeras instaladas em satélites e em aviões.
"Esse é um evento que não vemos com freqüência", diz Ted Scambos, do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos. "As rachaduras se encheram de água e quebraram." O mesmo processo atingiu outra plataforma, a Larsen B, em 2002, que tinha 3.250 km2: o gelo derretido se acumulou sobre ela, formando rios caudalosos que penetravam o bloco, até o completo colapso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.