quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A "caixa Preta" da Terra que Pretende Registrar o Fim do Mundo

Em um dos extremos do planeta, no sul da Austrália, cientistas e artistas criaram um dispositivo para registrar o fim - ou a transformação completa - do mundo como o conhecemos, devido às alterações no clima.

© Cover-Images/imago imagesUnidades de armazenamento registrarão passo a passo para onde caminha o planeta em meio às mudanças climáticas


O ano de 2022 marcará a construção e a inauguração de um dispositivo teoricamente indestrutível, capaz de registrar como a humanidade administra o planeta em meio às mudanças climáticas. A chamada "caixa preta" da Terra será instalada em um dos extremos mais inóspitos do mundo, na costa oeste da Tasmânia, ilha pertencente à Austrália.

Inspirado nas "caixas pretas" dos aviões - que registram o que acontece em caso de acidente aéreo -, o dispositivo, criado por artistas e cientistas australianos, pretende gravar passo a passo a transformação - ou a destruição - do mundo tal qual conhecemos hoje.

A Tasmânia foi escolhida por se tratar de uma área política e geograficamente estável, segundo informaram os criadores da máquina, a empresa de comunicação e marketing Clemenger BBDO e a Universidade da Tasmânia.

"A menos que mudemos drasticamente nosso modo de vida, as mudanças climáticas e outros problemas causados pelo homem provocarão o colapso da nossa civilização", diz o site da Earth's Black Box (Caixa Preta da Terra, em tradução livre para o português), criada após a COP 26, a conferência do clima das Nações Unidas que ocorreu em Glasgow, Escócia, em novembro. Na ocasião, ficou determinado que o mundo precisa limitar o aquecimento global em até 1,5 graus Celsius em relação ao período pré-industrial.

Como funcionará o dispositivo

A estrutura monolítica irá registrar informações não apenas sobre aumento ou diminuição de temperatura, mas também a respeito de extinção de espécies, poluição e impactos na saúde na Terra. Se o planeta sucumbir às mudanças climáticas, os arquivos contidos na "caixa preta" serão capazes de reconstituir o que e como de fato aconteceu, segundo a publicação Science Alert.

Alimentado por energia solar e térmica, o bloco de aço tem 10 metros de comprimento e é projetado para resistir a desastres naturais. Conectado à internet, usará um algoritmo para coletar periodicamente dados relacionados às mudanças climáticas - por meio de um conjunto de 500 métricas - e armazená-los automaticamente.


A "caixa preta" estará repleta de unidades de armazenamento contendo dados relativos às alterações no clima, tais como temperaturas médias e consumo global de energia.

"A Caixa Preta da Terra é uma estrutura e um dispositivo que registrará cada passo que a humanidade der em direção a uma iminente catástrofe climática ou para longe dela", declarou Jim Curtis, diretor-executivo de criação da Clemenger BBDO, que criou o projeto.

Curtis disse ainda que a caixa não apenas forneceria ao mundo uma riqueza de dados sobre as mudanças climáticas, mas também que as informações registradas ajudariam a responsabilizar os líderes e deixariam lições para as gerações futuras.

"Se o pior acontecer e a civilização desaparecer por causa das mudanças climáticas, essa caixa indestrutível terá registrado todos os detalhes. Desta forma, quem permanecer, ou quem encontrá-la depois, aprenderá com nossos erros", enfatizou.

Ainda assim, os criadores da "caixa preta" esperam que ela não precise ser aberta: "Estou no avião. Não quero que ele caia. Apenas espero que não seja tarde demais", disse Jim Curtis ao jornal The New York Times.

Fonte: DW


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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Aumento Irreversível do Nível do Mar é Foco de Novo Estudo Sobre Aquecimento Global

O ritmo atual do aquecimento global pode desencadear um aumento “rápido e irreversível” do nível do mar com o derretimento da vasta camada de gelo da Antártica, segundo alerta um novo trabalho de pesquisa.

A menos que as emissões de aquecimento do planeta sejam rapidamente reduzidas para cumprir as metas do acordo climático de Paris, o mundo enfrenta uma situação em que haverá um “salto abrupto” no ritmo da perda de gelo da Antártica por volta de 2060.

“Se o mundo aquecer a uma taxa ditada pelas políticas atuais, veremos o sistema Antártico começar a ruir por volta de 2060”, disse Robert DeConto, especialista em mudanças climáticas polares da Universidade de Massachusetts e principal autor do estudo. “Depois de aquecer esse sistema climático, as camadas de gelo se desfazem e, uma vez que isso seja colocado em movimento, não há como reverter”, concluiu.

A nova pesquisa, publicada na revista Nature, descobriu que a perda de gelo da Antártica seria “irreversível em escalas de tempo de vários séculos”, ajudando a elevar os oceanos do mundo entre 17cm e 21cm até o final do século.

Os cientistas têm alertado cada vez mais sobre o destino da enorme quantidade de gelo armazenado na Antártica que, se derretesse completamente, aumentaria o nível do mar global em 57 metros, invadindo completamente as costas do planeta.

“Se não fizermos nada para reduzir as emissões, poderemos ter 5 metros de elevação do nível do mar apenas na Antártica até 2200, ponto em que seria necessário remapear o mundo. É algo inimaginável”, alertou o cientista.

Fonte: Planeta

Estudo Inédito Revela que Microplástico Espalhado Pelo Ar Já Afeta Clima da Terra


Pequenos pedaços de garrafas, sacolas, roupas e outros resíduos plásticos que se fragmentaram no meio ambiente estão influenciando o clima da Terra à medida que circulam pela atmosfera. Como outras partículas de aerossol, tanto naturais quanto sintéticas, os microplásticos parecem ter um efeito geral de resfriamento (embora pequeno), de acordo com o primeiro estudo que examinou os possíveis efeitos climáticos dos microplásticos aerotransportados. Os autores do estudo e outros pesquisadores afirmam que as descobertas, publicadas na quarta-feira na Nature, mostram a necessidade urgente de se obter um melhor controle sobre a quantidade de detritos de plástico que há no ar, onde estão e de que são feitos para melhor localizá-los. 

Todos os tipos de resíduos plásticos se desintegram em pedaços cada vez menores quando expostos à luz solar, vento, chuva e outras condições ambientais. A densidade geralmente baixa do plástico significa que esses fragmentos podem ser facilmente levados pelos ventos e espalhados pelo mundo. Nos últimos anos, os cientistas descobriram microplásticos até mesmo em picos remotos de montanhas e no Ártico.

Ocorreu aos pesquisadores incluindo Laura Revell, uma cientista atmosférica da Universidade de Canterbury da Nova Zelândia e uma das autoras do novo estudo que todas as partículas girando ao redor do globo interceptariam a luz do sol, assim como outros aerossóis, como poeira, sulfatos e carbono negro. Em última análise, isso influencia as temperaturas na superfície da Terra. Os sulfatos, por exemplo, espalham radiação, exercendo um efeito de resfriamento. O carbono negro, por outro lado, absorve a radiação visível e infravermelha, aquecendo a atmosfera.

Mas, ao contrário dos sulfatos ou do carbono negro, o plástico não é um único tipo de material, mas centenas. Ele engloba uma grande variedade de polímeros diferentes, bem como os produtos químicos e pigmentos que são adicionados a eles. As partículas microplásticas também vêm em uma ampla variedade de tamanhos e formas. 

Essas partículas espalham luz ultravioleta e visível e absorvem luz infravermelha. Quando os cientistas incluíram essas interações em modelos climáticos globais, eles puderam estimar o impacto das partículas no balanço de energia da Terra que foi um resfriamento muito leve. O estudo estimou o chamado forçamento radiativo efetivo (FRE), uma medida das mudanças no equilíbrio de energia da Terra. Os microplásticos tiveram um FRE de cerca de 0,75 miliwatt por metro quadrado, enquanto todos os outros aerossóis têm um FRE entre 0,71 e –0,14 watt por metro quadrado. (Existem 1.000 miliwatts em um watt.) No nível global, o aquecimento dos gases de efeito estufa na atmosfera supera essas influências de resfriamento.

Mas os microplásticos podem ter efeitos de resfriamento ou aquecimento localizados, dependendo de como variam de um lugar para outro: há concentrações mais altas em algumas cidades, por exemplo. Os efeitos regionais dos aerossóis podem ser significativos mesmo quando o efeito global geral é baixo, diz o cientista climático Bjørn Samset, que estuda aerossóis no Centro de Pesquisa Climática Internacional em Oslo e não estava envolvido com o novo estudo.

O efeito exato na temperatura pode variar dependendo de quantas partículas estão envolvidas, a que altura da atmosfera elas estão e inúmeras outras variáveis. Como Revell e seus co-autores queriam fazer uma primeira tentativa de abordar a questão da influência do clima, eles presumiram uma concentração uniforme de uma partícula microplástica por metro cúbico de ar em toda a camada mais baixa da atmosfera. Mesmo os estudos de concentração limitados feitos até agora mostram grandes variações, de tão baixas quanto 0,01 partícula por metro cúbico em partes do Oceano Pacífico a tão altas quanto 5.550 partículas por metro cúbico em Pequim. Os estudos usaram diferentes métodos de amostragem e detecção, alguns dos quais perdem as menores partículas de plástico. Nos estudos que usaram métodos mais sensíveis, as partículas menores representaram metade do que foi encontrado.

A fatoração de pigmentos e outros aditivos também pode alterar o efeito que eles têm. Pigmentos, por exemplo, geralmente aumentariam a absorção de luz, o que tenderia a aquecer a atmosfera. Revell diz que simplesmente ainda não há informações suficientes para tirar tais conclusões. E também há materiais orgânicos que podem alterar as coisas ao se aglutinarem em partículas de plástico, bem como as maneiras como essas partículas podem interagir com outros produtos químicos atmosféricos ou influenciar a formação de nuvens. Ainda não sabemos muito sobre como eles realmente se comportam na atmosfera, diz Revell.

Embora o efeito geral que ela e seus colegas tenham calculado seja pequeno, em comparação com o de outros aerossóis, é grande o suficiente para ser quantificado, diz Allen, acrescentando que isso mostra a necessidade de financiar mais e melhor monitoramento de microplásticos atmosféricos. Em vez de os microplásticos serem um problema separado, ela diz, os resultados “os consolidam com segurança no argumento da mudança climática. 

Fonte: MSN

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Nível do mar continua a subir em ritmo alarmante, alerta relatório


O nível dos oceanos continua a subir em ritmo alarmante de 3,1 milímetros (mm) por ano, devido ao aquecimento global e ao derretimento do gelo na Terra, informou o Serviço de Monitoramento do Meio Marinho do programa Copernicus.

A extensão do gelo marinho do Ártico tem diminuído constantemente. Entre 1979 e 2020, perdeu o equivalente a seis vezes o tamanho da Alemanha, de acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira.

A extrema variação entre períodos de frio e ondas de calor no Mar do Norte está relacionada com mudanças na captura de linguado, lagosta europeia, robalo, salmonete e caranguejos.

A poluição causada pelas atividades em terra, como a agricultura e a indústria, tem impacto nos ecossistemas marinhos, reforçaram os especialistas na quinta edição do relatório sobre o estado dos oceanos.

O aquecimento dos oceanos e o aumento de salinidade intensificaram-se no Mediterrâneo na última década.

“Estima-se que o aquecimento do Oceano Ártico contribua com quase 4% para o aquecimento global dos oceanos”, diz o relatório.

Mudanças sem precedentes

Mais de 150 cientistas, de cerca de 30 instituições europeias, colaboraram no trabalho. De acordo com as conclusões, o oceano passa por “mudanças sem precedentes”, o que terá enorme impacto no bem-estar humano e nos ambientes marinhos.

“As temperaturas da superfície e subsuperfície do mar aumentam em todo o mundo e os níveis do mar continuam a subir a taxas alarmantes: 2,5 mm por ano no Mediterrâneo e até 3,1 mm por ano globalmente”, afirmaram os peritos.

O documento é apresentado como uma referência para a comunidade científica, líderes mundiais e o público em geral.

A combinação desses fatores pode causar “eventos extremos” em áreas mais vulneráveis, como Veneza, onde em 2019 uma subida do nível das águas fora do comum, uma forte maré e condições climáticas extremas na região provocaram a chamada Acqua Alta – quando o nível da água subiu para um máximo de 1,89 metro.

“Esse foi o nível de água mais alto registrado desde 1966 e mais de 50% da cidade foi inundado”, lembram os autores do documento.

Os cientistas explicaram que a poluição por nutrientes oriundos de atividades terrestres, como a agricultura e a indústria, tem “efeito devastador na qualidade da água” do oceano.

Bloqueio da luz natural

O aumento do crescimento das plantas pode levar à redução dos níveis de oxigênio na água do mar e até mesmo bloquear a luz natural, “com efeitos potencialmente graves” nos ambientes costeiros e na biodiversidade marinha.

No Mar Negro, por exemplo, o percentual de oxigênio tem diminuído desde o início das medições, em 1955.

O aquecimento da água do mar faz com que algumas espécies de peixes migrem para águas mais frias, levando à introdução de espécies não nativas num determinado habitat. Foi o que aconteceu em 2019, quando o peixe-leão migrou do Canal do Suez para o Mar Jônico, devido ao aumento das temperaturas na Bacia do Mediterrâneo.

Segundo o relatório, o gelo marinho do Ártico continua muito abaixo da média e diminui em ritmo alarmante.

Nos últimos 30 anos, o gelo marinho do Ártico diminuiu continuamente em extensão e espessura. Desde 1979, a cobertura de gelo em setembro reduziu 12,89% por década, com mínimos recordes nos últimos dois anos.

A perda contínua do gelo marinho do Ártico pode contribuir para o aquecimento regional, a erosão das costas árticas e as mudanças nos padrões climáticos globais.

Fonte: MSN

terça-feira, 8 de junho de 2021

A importância de celebrar o Dia Mundial dos Oceanos

Os oceanos têm a importante função de absorver CO2 da atmosfera, o principal gás responsável pelo aquecimento global. Além disso, eles são uma via de transporte, fornecem alimentos e têm papel crucial no equilíbrio do clima global.

Entretanto, nos últimos anos, os oceanos têm sofrido fortes ameaças ambientais. Oceanógrafos descobriram que o oceano Pacífico está diminuindo sua capacidade de absorver o gás CO2 da atmosfera, possivelmente por conta da elevação da temperatura média da Terra.

aquecimento global também está prejudicando o funcionamento da circulação termoalina, um fenômeno que, se desregulado de modo significativo, pode causar uma queda considerável das temperaturas. Se a desaceleração continuar, a Europa e outras regiões que dependem da circulação termoalina para manter o clima razoavelmente quente e ameno, podem esperar por uma era do gelo.

Outro fenômeno que acontece nos oceanos e ameaça a vida marinha é a pesca fantasma. Essa prática ilegal é o que acontece quando os equipamentos desenvolvidos para capturar animais marinhos como redes de pesca, linhas, anzóis e outras armadilhas são abandonados, descartados ou esquecidos nos oceanos. Esses objetos colocam em risco toda a vida marinha, pois uma vez preso nesse tipo de engenhoca, o animal acaba ferido, mutilado e morto de forma lenta e dolorosa. Animais ameaçados de extinção como baleias, focas, tartarugas, golfinhos, peixes e crustáceos acabam mortos por afogamento, sufocamento, estrangulamento e infecções causadas por lacerações.

A pesca fantasma não movimenta a economia, afeta os estoques pesqueiros muitas vezes já esgotados e ainda permanece como uma isca viva atraindo peixes e outros animais de maior porte para a armadilha, que vêm em busca das presas menores que ficaram enroscadas no emaranhado de fios. Estima-se que, só no Brasil, a pesca fantasma afeta cerca de 69.000 animais marinhos por dia, que costumam ser baleias, tartarugas marinhas, toninhas (espécie de golfinhos mais ameaçada do atlântico sul), tubarões, raias, garoupas, pinguins, caranguejos, lagostas e aves costeiras.

O agravante é que, muitas vezes, essas redes de pesca são feitas de plástico, um material que pode demorar centenas de anos para se decompor.

Mas as redes de pesca não são a única fonte de poluição por plástico nos oceanos. O descarte incorreto, vazamentos industriais e a falta de preocupação com o pós-consumo do plástico agravam esse cenário.

Até 2050, estima-se que os oceanos terão mais peso em plástico do que em peixes. Isso sem falar no plástico oceânico que entra na cadeia alimentar e vai parar nos alimentos e até no intestino humano. Saiba mais sobre esse tema nas matérias: “Entenda o impacto ambiental do lixo plástico para a cadeia alimentar” e “Qual é a origem do plástico que polui o mar?“.

Dessa forma, fica claro o quanto é importante promover o Dia Mundial dos Oceanos como uma forma de chamar atenção para esse tema. Para saber mais sobre a iniciativa, dê uma olhada no site www.worldoceanday.org.