quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Falta de água pode atingir 80% da população mundial


Os recursos hídricos e sua biodiversidade em todo o mundo estão em crise, ameaçados pela ação humana. Cerca de 80% da população mundial está exposta a um grau elevado de escassez hídrica e 65% das espécies que vivem nos rios estão ameaçadas. Os maus-tratos aos rios - que historicamente ordenaram a ocupação humana - custam aos países US$ 500 bilhões por ano em ações para remediar o problema.
Essas são as conclusões do mais amplo estudo realizado sobre o estado dos rios e bacias hidrográficas no mundo, publicado na edição da revista científica Nature que circula hoje. O trabalho foi conduzido por especialistas da Universidade da Cidade de Nova York e da Universidade de Wisconsin, além de sete outras instituições, e pode ser consultado no site riverthreat.net.
"Os rios de todo o mundo estão realmente em crise, tanto nos países ricos e industrializados quanto nos países em desenvolvimento", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo Peter McIntyre, professor de zoologia da Universidade de Wisconsin e um dos autores da pesquisa. Segundo ele, os países ricos sofrem tanto quanto os pobres com os efeitos da degradação dos rios, mas estão mais protegidos da escassez por causa dos investimentos pesados que fazem em tecnologias de tratamento.
Mas as nações pobres e em desenvolvimento devem ser as mais afetadas, se continuarem gerenciando seus recursos hídricos de forma predatória, com a construção de barragens, poluição, falta de saneamento e pesca predatória. "No Brasil, os rios mais ameaçados são justamente os que estão mais próximos dos grandes centros urbanos, nas Regiões Sudeste e Nordeste." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um quinto das plantas do mundo enfrenta a extinção

Cerca de 22% das plantas do mundo estão ameaçadas de extinção, segundo uma pesquisa que avaliou os perigos que ameaçam as espécies vegetais.
O estudo, que envolveu cientistas britânicos, indica que os muitas das 380.000 espécies diferentes conhecidas corem o risco de desaparecer como os mamíferos e estão mais ameaçados que os pássaros.
Um grupo de cientistas do Kew Gardens de Londres, do Museu de História Natural de Londres e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) apurou que a maior ameaça ao habitat de plantas é a ação humana.
A destruição da mata atlântica da América do Sul, derrubadas e queimadas de áreas florestais em Madagáscar, as plantações de palma para produção de azeite na Indonésia e a agricultura intensiva na Europa e América são as grandes ameaças aos habitats naturais das plantas.
O estudo indica que entre 80.000 e 100.000 espécies de plantas estão ameaçadas de extinção em todo o mundo, um número 50 vezes superior ao número de espécies nativas nas ilhas britânicas.
Para chegar a esta conclusão, o relatório tomou como referência 7.000 plantas pertencentes a cinco grupos principais de vegetais que incluem musgos, samambaias, coníferas, algumas flores, como orquídeas, gramíneas e leguminosas.
Tanto as espécies raras como as mais comuns foram avaliadas para se ter uma visão mais clara do seu futuro, em contraste com a atual Lista Vermelha de espécies de plantas ameaçadas desenvolvida pela IUCN, compreendendo apenas 3 por cento das plantas existentes já que está focada nas que correm risco de extinção.
Os pesquisadores descobriram que 22% destas espécies podem ser classificadas como "criticamente ameaçadas" de extinção, apenas "em perigo" ou "vulneráveis".
Cerca de 10% ainda não estão em perigo, mas estarão se não tomarmos as medidas adequadas, como acontece com a flor conhecida como snowdrops, que chegou ao Reino Unido como uma espécie invasora, mas está perdendo terreno em sua habitat natural na Europa Central e Oriental.
A maioria das espécies ameaçadas são nativas de florestas tropicais, onde cresce a maior variedade de plantas, e de ilhas que estão no meio do oceano, como Páscoa e Bermudas.
O grupo das gimnospermas, da qual pertencem as coníferas, é o mais ameaçado, com cerca de 36% das espécies do componente de risco.
O diretor do Kew Royal Botanic Gardens, Stephen Hopper, disse que o estudo "confirma o que já suspeitava: Que as plantas estão ameaçados pela ação humana".
"Nós não podemos ficar parados enquanto as espécies desaparecem. As plantas são a base da vida na Terra, fonte de ar limpo, água, alimentos e combustível, e toda a vida animal depende delas", disse Hopper, que observou a necessidade de utilizar todas as ferramentas do conhecimento para evitar o desaparecimento da vida vegetal.
O estudo é publicado apenas algumas semanas antes de os funcionários da ONU reunirem-se em Nagoya (Japão) para discutir sobre a biodiversidade e definir metas para a proteção da natureza. [Fonte: Estadão]